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Comissão vaticana denuncia retaliações contra vítimas de abusos

Documento apontou 'resistência' na Itália a enfrentar o problema

16 out 2025 - 10h55
(atualizado às 13h11)
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Uma comissão do Vaticano afirmou nesta quinta-feira (16) que as vítimas de abusos sexuais por parte do clero continuam sofrendo retaliações "perturbadoras" e apontou uma "notável resistência" na Itália a enfrentar esse tipo de crime na Igreja Católica.

Papa Leão XIV durante encontro com bispos no Vaticano
Papa Leão XIV durante encontro com bispos no Vaticano
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

As conclusões estão no segundo relatório anual da Comissão Pontifícia para Proteção dos Menores, instituída pelo finado papa Francisco para combater um fenômeno que abalou a imagem do catolicismo em dezenas de países ao longo das últimas décadas.

O documento, feito com a contribuição de 40 vítimas, descreveu "relatos perturbadores de retaliação" por parte de prelados contra sobreviventes que denunciaram abusos sexuais.

"Meu irmão era seminarista, e o bispo disse para minha família que minha acusação poderia afetar a ordenação dele", contou uma vítima.

"Escutar os sobreviventes é o primeiro passo rumo à realização de uma Igreja cada vez mais segura para nossos filhos. Precisamos dar uma resposta honesta às incontáveis vítimas que tiveram a coragem de lançar o alerta sobre os abusos, apesar dos obstáculos inimagináveis", declarou a jurista Maud de Boer-Buquicchio, responsável pelo relatório.

"Engajar-se em uma missão de escuta e adotar uma abordagem mais ampla de proteção exige que a Igreja esteja profissionalmente equipada e siga estruturas de proteção claramente explicadas", reforçou o presidente da comissão, o arcebispo francês Thibault Verny.

O colegiado é formado por religiosos e leigos especialistas no campo da proteção aos menores, como o brasileiro Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos. Em 2022, Francisco integrou a comissão ao governo da Santa Sé e pediu relatórios periódicos sobre os progressos realizados.

O documento deste ano examinou em detalhe a situação em quase 20 países, como Etiópia, Guiné, Malta e Moçambique, além da Itália, onde foi verificada uma "notável resistência cultural para enfrentar os abusos". Segundo o relatório, apenas 81 das 226 dioceses da Conferência Episcopal Italiana (CEI) responderam a um questionário sobre a proteção de crianças e adolescentes.

"Os tabus culturais podem tornar difícil para as vítimas e suas famílias falar das próprias experiências e denunciá-las às autoridades", apontou o texto, que recomenda à Igreja na Itália que amplie a "colaboração formal com as autoridades civis para garantir uma análise mais eficaz das acusações e uma maior transparência".

Ansa - Brasil
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