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China alerta Índia para "desacoplamento forçado" das duas economias

30 jul 2020 - 13h12
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A China alertou nesta quinta-feira que um "desacoplamento forçado" de sua economia da Índia, na esteira de um confronto em uma fronteira do Himalaia que matou 20 soldados indianos no mês passado, prejudicaria os dois países.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com soldados do exército durante sua visita à região do Himalaia, em Ladakh, em 3 de julho de 2020. Gabinete de informações à imprensa
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com soldados do exército durante sua visita à região do Himalaia, em Ladakh, em 3 de julho de 2020. Gabinete de informações à imprensa
Foto: Reuters

O embaixador chinês disse que sua nação não é uma ameaça estratégica à Índia e que a "estrutura geral de que não podemos viver um sem o outro permanece inalterada".

O comunicado veio na esteira de medidas recentes de Nova Délhi para proibir ou enfraquecer interesses empresariais chineses em um dos maiores mercados do mundo. A fronteira continua tensa, com muito mais tropas do que o normal na área.

"A China defende uma cooperação mutuamente benéfica e se opõe a um jogo de soma zero", tuitou o embaixador chinês, Sun Weidong. "Nossas economias são complementares, interligadas e interdependentes. Um desacoplamento forçado vai contra a tendência e só levará a um desfecho mutuamente prejudicial."

Autoridades de ambos os países, que são detentores de armas nucleares, têm conversado com frequência para apaziguar a crise fronteiriça surgida depois do confronto de 15 de junho no Vale de Galwan, localizado na região indiana de Ladakh, quando autoridades da Índia disseram que soldados foram espancados até a morte com pedras e bastões.

Autoridades da Índia ainda dizem que tropas chinesas cruzaram para seu território na região remota do oeste, e a China diz que não violou a divisa em disputa e pediu à Índia que contenha suas tropas na linha de frente.

O Ministério das Relações Exteriores indiano disse em uma coletiva de imprensa virtual que um processo de desengajamento de tropas combinado pelos dois lados ainda não foi finalizado e que outra rodada de conversas entre comandantes será realizada em breve.

"Esperamos que o lado chinês trabalhe sinceramente conosco para desengajamento e apaziguamento completos e para a restauração plena da paz e da tranquilidade nas áreas de fronteira o mais cedo possível", disse o porta-voz Anurag Srivastava.

Analistas dizem que o pior confronto em décadas entre os dois gigantes provavelmente aproximará a Índia ainda mais dos Estados Unidos, tanto estratégica quanto comercialmente.

China e Índia travaram uma guerra de fronteira breve em 1962, e a China é uma aliada próxima do Paquistão, adversário de longa data da Índia.

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