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Chilenos vão às urnas com duas visões radicalmente diferentes em disputa

21 nov 2021 - 12h57
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Os chilenos começaram a votar neste domingo na eleição presidencial considerada como a mais divisiva desde o retorno do país à democracia, em 1990, com um ex-parlamentar de extrema direita enfrentando um deputado de esquerda que apoiou os grandes protestos de 2019. 

Cidadãos participam de eleições gerais do Chile, em Santiago
21/11/2021
REUTERS/Pablo Sanhueza
Cidadãos participam de eleições gerais do Chile, em Santiago 21/11/2021 REUTERS/Pablo Sanhueza
Foto: Reuters

À direita, José Antonio Kast, um católico de 55 anos e pai de nove filhos, prometeu combater o crime e teceu elogios ao "legado econômico" neoliberal do ex-ditador Augusto Pinochet.

Seu estilo direto, conservadorismo generalizado e ideias políticas ocasionalmente idiossincráticas, como de construir um fosso para evitar a imigração ilegal, têm atraído comparações recorrentes com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o do Brasil, Jair Bolsonaro.

À esquerda, o deputado Gabriel Boric, de 35 anos, que liderou protestos estudantis em 2011, exigindo melhorias no sistema educacional do Chile, prometeu reformar o modelo econômico puramente capitalista do país, ao mesmo tempo que irá fortalecer as proteções ambientais e direitos indígenas. Em geral, ele representa uma ruptura significativa em relação às políticas conservadoras e centristas que têm dominado a política chilena há décadas.

"Eu vou votar em Boric porque ele é jovem, porque é bom dar espaço às novas gerações", disse Sandra Astorga, um dona de casa de 55 anos, em Santiago.

A eleição ocorre após dois anos de protestos civis dramáticos e, por vezes, violentos, em que os chilenos exigiram melhorias em sua qualidade de vida. Os protestos levaram à proposta de uma nova constituição em substituição à atual, criada na era Pinochet, e impulsionam a candidatura de Boric, que sustentou uma vantagem confortável durante a maior parte da corrida. 

"A minha visão é de que as principais demandas (dos eleitores) são as mesmas dos protestos", disse Gaspar Domínguez, um membro de esquerda da Assembleia Constituinte. "Os direitos têm a ver com direitos sociais, saúde, educação e moradia".

Mas a crescente fatiga entre os chilenos que não aguentam mais a violência política, combinada à percepção generalizada de aumento da criminalidade, impulsionam Kast.

A maioria das pesquisas mostra vantagem de Kast neste domingo, por alguns pontos percentuais, embora seja provável que haja um segundo turno muito acirrado em dezembro. 

As urnas abriram às 8h (horário de Brasília) e devem fechar às 18h. Os resultados devem ser publicados pouco depois. 

Além disso, há eleições para 155 assentos na Câmara dos Deputados chilena, 27 dos 50 assentos no Senado e todas vagas para os 16 conselhos regionais do país.

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