Caso Juliana Marins: perícia do Rio confirma data da morte apontada pela Indonésia
Brasileira, de 26 anos, morreu após cair em um penhasco durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia
Laudos do Rio de Janeiro confirmaram a estimativa inicial da Indonésia de que Juliana Marins morreu entre 1h15 do dia 23 e 1h15 do dia 24 de junho, mas não foi possível determinar o momento exato da queda.
A nova autópsia realizada por legistas do Rio de Janeiro no corpo da publicitária Juliana Marins concluiu que não foi possível determinar a data da morte devido às condições do corpo quando chegou ao Brasil. Entretanto, o documento oficial reforça o apontado na primeira autópsia, realizada na Indonésia: a brasileira teria morrido entre 1h15 do dia 23 de junho e 1h15 do dia 24. As informações são do telejornal RJ2, da TV Globo.
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O acidente ocorreu na manhã do dia 21, mas o corpo só foi localizado na noite do dia 24, ou seja, Juliana sobreviveu entre dois e três dias após o acidente na trilha do Monte Rinjani.
A brasileira, de 26 anos, caiu em um penhasco durante trilha no Monte Rinjani. Poucas horas depois, registros de drone capturados por turistas espanhóis revelaram que ela sobreviveu à queda e estava a aproximadamente 200 metros abaixo do local do acidente. Apesar disso, as equipes oficiais de resgate não conseguiram chegar até ela.
Natural de Niterói (RJ), a jovem foi novamente avistada por outro drone, desta vez a 400 metros do local que caiu, já sem movimentos. Ela foi encontrada já morta em uma área ainda mais abaixo do penhasco, a 600 metros da trilha, por voluntários que atuavam em apoio à Basarnas, agência indonésia de buscas e resgate.
Causa da morte
A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que Juliana morreu em decorrência de uma queda de grande altura durante a trilha na Indonésia.
O documento aponta que a causa imediata da morte foi uma hemorragia interna provocada por lesões graves em órgãos vitais -- resultado de um impacto classificado como de alta intensidade.
O novo exame segue a avaliação inicial feita pelas autoridades indonésias, segundo a qual Juliana faleceu cerca de 20 minutos após o acidente. No entanto, ainda não é possível determinar o momento exato em que a queda aconteceu.
De acordo com o laudo, os ferimentos afetaram diversas partes do corpo, como crânio, tórax, pelve, abdômen, membros e coluna, sendo compatíveis com um único impacto violento. Os peritos estimam que ela tenha sobrevivido entre 10 e 15 minutos após a queda, sem condições de se locomover ou reagir.
Não foram identificadas marcas de agressão, luta corporal ou contenção anteriores à queda. As escoriações presentes no corpo foram atribuídas à movimentação após o impacto, provavelmente causada pelo terreno da região.
O laudo também considera a possibilidade de fatores ambientais terem contribuído para o acidente. Entre eles, o isolamento, o estresse emocional e as condições desafiadoras da trilha, que podem ter causado desorientação e comprometido a capacidade de Juliana de reagir de forma segura. Não houve sinais de consumo de drogas, desnutrição ou fadiga excessiva. O exame também observou ressecamento nos olhos e algumas lesões musculares.
A autópsia foi solicitada pela família, com apoio da Defensoria Pública da União, após dúvidas sobre o atestado de óbito emitido pela Embaixada brasileira em Jacarta, que se baseou apenas na análise feita na Indonésia e não esclarecia com precisão o momento da morte.
