Austrália pressionará para sediar a COP31 na cúpula climática do Brasil
O ministro da Energia da Austrália, Chris Bowen, disse que viajaria no sábado para a COP30 no Brasil para pressionar para que a Austrália seja a anfitriã da cúpula climática do próximo ano, em meio a um impasse com a rival Turquia.
Em 2022, a Austrália e a Turquia apresentaram propostas para sediar a conferência climática das Nações Unidas e, desde então, ambos os países têm se recusado a ceder à outra parte. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, escreveu este mês ao presidente turco, Tayyip Erdogan, em uma tentativa de resolver a longa disputa.
Bowen disse que uma decisão sobre a questão seria tomada na COP30 e afirmou que "a Austrália tem o apoio esmagador do mundo para sediar" a conferência do próximo ano, de acordo com uma transcrição oficial das falas feitas aos repórteres no Aeroporto de Sydney.
Em uma declaração, Bowen disse que defenderá fortemente a Austrália e destacará seu setor de energia limpa na cúpula em Belém.
A Austrália queria sediar a cúpula do próximo ano com as nações das ilhas do Pacífico pela primeira vez e mostrar como lutar juntos contra a "ameaça existencial" das mudanças climáticas, disse Bowen.
"Nossa nação tem muito em jogo quando se trata de mudanças climáticas, mas cada esforço que fizermos agora ajudará a evitar os piores impactos", acrescentou.
Um bloco diplomático regional de 18 países, o Fórum das Ilhas do Pacífico, está apoiando a candidatura da Austrália. Várias nações insulares do Pacífico correm o risco de sofrer com a elevação dos mares.
A Austrália, com o objetivo de se tornar "uma superpotência de energia renovável", está se afastando da energia do carvão e do gás e buscando investimentos em minerais essenciais, aço verde e tecnologias de transição, como baterias.
A Turquia diz que quer uma COP - ou Conferência das Partes - que aborde mais diretamente o financiamento dos esforços climáticos dos países em desenvolvimento e, ao mesmo tempo, mostre seu progresso em direção a uma meta de emissões líquidas zero em 2053.
A COP anual, o principal fórum do mundo para impulsionar a ação climática, cresceu ao longo dos anos, transformando-se de reuniões diplomáticas em grandes feiras comerciais onde os países anfitriões podem promover perspectivas econômicas.