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Ataques a agentes humanitários tiveram alta recorde em 2019, diz entidade

17 ago 2020 - 10h46
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Por Sonia Elks

Ambulância do Médicos Sem Fronteiras em San Salvador
28/07/2020
REUTERS/Jose Cabezas
Ambulância do Médicos Sem Fronteiras em San Salvador 28/07/2020 REUTERS/Jose Cabezas
Foto: Reuters

LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Agentes humanitários sofreram o número recorde de 277 ataques graves em todo o mundo no ano passado, disse uma organização humanitária de pesquisa independente nesta segunda-feira, e os profissionais de saúde que reagem a crises enfrentaram um pico de episódios de violência fatal.

Um total de 483 agentes humanitários foram assassinados, sequestrados ou feridos em 2019, mostraram dados da Humanitarian Outcomes, a cifra mais alta desde o início de seus registros, em 1997.

"A capacidade de ajudar civis vulneráveis em sua hora de maior necessidade é um sinal de civilização; é um direito sob a lei internacional", disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para Refugiados, em reação às cifras.

"Mas estamos vendo um número crescente de colegas assassinados, raptados, feridos... se os agentes humanitários não forem protegidos, as ações assistenciais vacilarão."

Embora as baixas tenham aumentado no geral, a quantidade de agentes humanitários assassinados diminuiu ligeiramente dos 131 do ano anterior para 125, de acordo com os dados, que se baseiam em registros públicos, organizações de segurança e grupos humanitários.

Os profissionais de saúde representaram mais de 40% das fatalidades, uma cifra mais alta do que a registrada em qualquer ano anterior, segundo uma análise do "Relatório sobre a Segurança de Agentes Humanitários", que deve ser publicado até o final deste mês.

Agentes de saúde foram visados repetidamente na Síria, identificada como a nação mais violenta para agentes humanitários - foram 47 ataques e 36 mortes no ano passado.

Eles também sofreram um aumento da violência na República Democrática do Congo, que testemunhou a maior elevação de ataques contra agentes humanitários.

Mais da metade dos 27 incidentes violentos relatados no Congo em 2019 foram cometidos contra profissionais de saúde que reagiam ao surto de Ebola no país, disse a Humanitarian Outcomes.

Seu relatório apontará como o setor humanitário está se adaptando aos riscos representados por grandes epidemias.

Até agora, porém, houve pouco sinal de qualquer crescimento da violência em relação à pandemia de Covid-19, disse Abby Stoddard, parceira da organização de pesquisa e consulta.

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