Assessor de Merkel dá três semanas para partidos alemães decidirem formação de governo
Peter Altmaier, braço direito da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, fez um apelo nesta terça-feira a partidos políticos alemães para que decidam nas próximas três semanas se conseguem formar um governo estável e tirar o país de um impasse político.
O fracasso das conversas entre o bloco conservador de Merkel, o pró-empresariado Partido Democratas Livres (FDP) e os ambientalistas Verdes mergulhou a Alemanha na incerteza política e criou a perspectiva de novas eleições.
Altmaier também pôs em dúvida se Merkel, a líder mais poderosa da Europa depois de 12 anos no cargo, completará seu quarto mandato, conquistado quando seus conservadores obtiveram a maioria das cadeiras em uma votação em 24 de setembro.
"Precisamos estar em uma situação nas próximas três semanas na qual exista clareza sobre a possibilidade de haver ou não um governo estável com base neste resultado eleitoral", disse Altmaier, chefe de gabinete da chanceler e ministro das Finanças interino, à rede de televisão ZDF.
Ele disse estar claro que os conservadores têm autoridade para governar e que os partidos deveriam apoiar o clamor do presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, para que sejam responsáveis e se unam para formar um governo.
Steinmeier está se reunindo com líderes dos principais partidos nesta semana, incluindo os dos Verdes e do FDP ainda nesta terça-feira.
"Mantemos nossa responsabilidade de fazer com que o país tenha um governo estável e confiável", afirmou Altmaier. "Assim como o 'Feito na Alemanha', somos conhecidos por ter um governo estável e confiável".
Ele fez um apelo velado para que a União Social-Democrata (SPD) reconsidere sua recusa de formar um governo com Merkel devido ao fato de os eleitores os terem punido por compartilhar o poder com a chanceler durante quatro anos.
"Precisamos dar ao SPD uma chance de pensar (sobre a responsabilidade que tem)", disse Altmaier.
Merkel disse que preferiria novas eleições a comandar um governo instável de minoria. Até que um novo governo seja formado, ela continua atuando como chanceler interina e seus ministros, inclusive os do SPD, permanecem em seus postos.
Andrea Nahles, líder do SPD no Parlamento, reiterou que não quer sustentar Merkel com outra "grande coalizão".
"Não somos um tapa-buraco de emergência para Merkel", afirmou, mas acrescentando que o SPD usará as conversas com Steinmeier para tentar encontrar soluções.