Chineses e sul-coreanos saem às ruas para protestar contra o Japão
No dia seguinte à visita do premiê japonês Shinzo Abe ao polêmico santuário de Yasukuni, manifestações contra Tóquio foram registradas em diversas cidades nas vizinhas Coreia do Sul e China, além da região administrativa especial chinesa de Hong Kong.
Nas ruas das capitais Pequim e Seul, cartazes criticaram a postura de Abe e "bandeiras do Sol nascente", utilizadas pelas Forças Armadas do Japão até o fim da II Guerra Mundial, foram queimadas.
A imprensa seguiu a indignação das autoridades e da população ao condenar o acontecimento. "Abe homenageou criminosos. Causa desgosto que ele preste homenagem a demônios", publicou o jornal militar chinês People's Liberation Army Daily.
Em uma pesquisa da organização Sina, repercutido na imprensa chinesa, 70% dos entrevistados declararam que apoiariam um boicote a produtos japoneses.
O santuário visitado por Abe é considerado como um símbolo do militarismo japonês. O santuário presta homenagem, entre outros, aos militares que dirigiram a invasão japonesa à China (1931-45) e que foram condenados por crimes de guerra após a derrota do Japão. O premiê disse que sua visita, no entanto, foi um compromisso para que nunca mais pessoas voltem a sofrer em guerras.
Imediatamente após a visita, realizada exatamente um ano após a posse de Abe, os governos da China e Coreia do Sul condenaram oficialmente o gesto.
"O Japão sabe quão grandes serão as repercussões diplomáticas da visita de seu primeiro-ministro ao santuário de Yasukuni", declarou à agência local Yonhap a fonte governamental de Seul.
Luo Zhaohui, funcionário do Ministério das Relações Exteriores chinês, afirmou que o Japão “deve arcar com as consequências” pela visita, e que o ato causa um "grande dano aos sentimentos dos povos asiáticos", além de dificultar as relações bilaterais.
Com informações da EFE