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As possíveis combinações no novo Parlamento Europeu

Conservadores e sociais-democratas terão de cortejar liberais

28 mai 2019 - 17h16
(atualizado às 17h38)
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Apesar da ameaça do euroceticismo de extrema direita, as forças europeístas continuam amplamente majoritárias no Parlamento Europeu, embora mais fragmentadas.

Partidos europeístas continuam com maioria no Parlamento do bloco
Partidos europeístas continuam com maioria no Parlamento do bloco
Foto: EPA / Ansa - Brasil

As eleições europeias de 23 a 26 de maio golpearam os grupos que tradicionalmente controlam o poder em Bruxelas, mas premiaram liberais e ambientalistas, que se tornaram indispensáveis para a formação de uma maioria parlamentar.

O Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, manteve a maior bancada, mas viu seu número de eurodeputados eleitos cair de 219 para 178, segundo os resultados disponíveis no próprio site do Parlamento da UE.

Já o Socialistas e Democratas (S&D), de centro-esquerda, saiu de 188 eurodeputados para 153. Atualmente, os 407 representantes desses dois grupos são suficientes para obter maioria folgada no Parlamento, mas, na nova legislatura, seus 331 eurodeputados ficarão aquém dos 376 necessários para ditar os rumos em Bruxelas.

Os principais candidatos a repartir o poder com conservadores e sociais-democratas são os grupos Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (Alde), que, com a provável adesão do presidente da França, Emmanuel Macron, aumentará sua bancada de 68 parlamentares para 105; e os Verdes, que passaram de 52 para 69 representantes, catapultados pelos ambientalistas alemães e britânicos.

Se os quatro grupos se aliarem, a maioria terá pelo menos 505 dos 751 assentos no Parlamento Europeu.

Extrema direita

Os partidos nacionais ainda têm cerca de um mês para se realinhar e formalizar a adesão a algum grupo no poder Legislativo da UE, mas, hoje, a extrema direita está divida em três coalizões: os grupos Europa das Nações e da Liberdade (ENF), Reformistas e Conservadores Europeus (ECR) e Europa da Liberdade e da Democracia Direta (EFDD).

Juntos, ENF (58), EFDD (54) e ECR (63) terão 175 eurodeputados, contra os atuais 150, o que mostra que o crescimento da extrema direita eurocética não foi tão significativo assim.

Esse bloco dificilmente atuará de forma compacta, já que engloba partidos de ideologias distintas: o antissistema Movimento 5 Estrelas (EFDD), da Itália, por exemplo, tenta se distanciar de diversas pautas da extrema direita, até mesmo de sua aliada de governo, a ultranacionalista Liga (ENF).

Também há divergências na extrema direita do leste europeu em relação à proximidade de Matteo Salvini e Marine Le Pen com a Rússia. O espectro político do novo Parlamento Europeu ainda conta com 38 eurodeputados do Grupo Confederado da Esquerda Europeia Unida (antes eram 51), de esquerda, e 33 que ainda não declararam adesão a nenhum grupo.

Ansa - Brasil   
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