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América Latina

Viagra, tesouras e tatuagens dão vida a campanha eleitoral opaca na Argentina

23 out 2015 - 10h11
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Declarações sobre Viagra, tesouras e tatuagens revigoraram uma campanha eleitoral opaca na Argentina às vésperas do pleito presidencial do dia 25, após um ano marcado por uma "megacorrida" rumo à Casa Rosada.

Os principais candidatos à presidência - o governista Daniel Scioli, o conservador Mauricio Macri e o peronista dissidente Sergio Massa - tentaram se ajustar a seus roteiros de campanha em atos públicos, o que nem sempre aconteceu de forma fácil.

Na reta final da campanha, Macri surpreendeu os argentinos com uma revelação íntima inesperada: "Um Viagra de vez em quando... digo, alguém pode tomar, ou não?"

Em uma entrevista ao portal de notícias "Infobae", o líder da coligação Mudemos revelou também que esteve a ponto de se asfixiar durante a festa de seu casamento com a empresária Juliana Awada, em 2010, quando engoliu um bigode postiço enquanto imitava Freddy Mercury.

Mais de 72 mil pessoas leram esta entrevista, quase o triplo do número de leitores de outra que foi concedida ao mesmo portal pelo favorito nas pesquisas, Daniel Scioli, que evitou entrar em detalhes sobre seu namoro na juventude com uma conhecida vedete porque, como disse, "um cavalheiro não tem memória".

Com uma intensa agenda que inclui até cinco atos em um dia, Scioli conseguiu arrumar tempo para jogar futebol ou se encontrar com convidados especiais, como o presidente da Bolívia, Evo Morales, que visitou a Argentina para apoiar sua candidatura - e também entrou em campo.

Na reta final da campanha, Scioli também deu uma pausa para apresentar sua monografia de licenciatura em Comércio na Universidade Argentina da Empresa (UADE) um dia após faltar ao primeiro debate presidencial realizado no país.

Seu atril vazio entre os dos outro cinco candidatos se transformou em uma das imagens que os eleitores lembrarão, embora, apesar da expectativa, o debate transmitido pela televisão não tenha conseguido superar as partidas de futebol do Campeonato Argentino em audiência.

Menos espontâneo ainda se mostrou o terceiro colocado na corrida presidencial, o peronista dissidente Sergio Massa, que às vésperas das eleições foi surpreendido por sua correligionária e candidata a deputada no Parlasur Mónica López, que pediu publicamente votos para Scioli.

"Não matei ninguém", disse Mónica, às lágrimas, em um programa de televisão, após a chuva de críticas recebidas por sua "troca de partidos".

Mas este não é o único "fogo amigo" com o qual Massa tem que lidar.

Joaquín de la Torre, que concorre à prefeitura de San Miguel (na Grande Buenos Aires) pela coligação de Massa, decidiu aproveitar que o sistema eleitoral argentino permite que se corte as cédulas de votação, de papel, para escolher candidatos de partidos diferentes. Ele distribuiu envelopes com uma instrução, cédulas com seu nome e tesouras para que os eleitores escolham qualquer candidato a presidente, desde que o elejam como prefeito - o que não o faria depender apenas dos votos recebidos pelo correligionário.

A própria presidente argentina, Cristina Kirchner, teve um especial protagonismo nesta campanha, não só por suas sucessivas transmissões em rede nacional de rádio e TV para "refrescar a memória" dos eleitores sobre conquistas de sua gestão.

A governante dançou e inclusive se mostrou diante das câmeras com produtos de beleza de uma conhecida multinacional em suas últimas aparições públicas, enquanto o núcleo duro do kirchnerismo espalhava a mensagem de que ela será candidata de novo em 2019.

EFE   
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