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América Latina

Venezuela: estudantes e opositores desafiam governo nas ruas

Multidão realizou marcha pacífica neste domingo em Caracas e arredores, confirmando que as manifestações continuarão durante o Carnaval. Outra manifestação já foi marcada para esta segunda-feira

2 mar 2014 - 17h32
(atualizado às 18h49)
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Manifestantes contra o governo de Maduro fazem marcha pacífica neste domingo na região metropolitana de Caracas
Manifestantes contra o governo de Maduro fazem marcha pacífica neste domingo na região metropolitana de Caracas
Foto: Reuters

Apitos, cornetas e uma multidão de pessoas tomaram as ruas e estações de trem e metro de Caracas e região metropolitana neste domingo. À primeira vista, parece uma festa de Carnaval, mas o que ocorre nas ruas são movimentos de estudantes e opositores ao governo de Nicolás Maduro, que formam um contraponto ao movimento turístico nos dias de Carnaval.

Juan Requesens, presidente da Federação dos Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, a instituição mais importante do ensino superior do país, já havia dito, dias antes, que os estudantes iriam “criar um colapso na cidade” dias antes. As pessoas que atenderam ao chamado da oposição usaram pedaços de pano branco e deixaram claro que, este ano, muitos desistirão de viajar ou curtir o feriado. “O carnaval é aqui e agora”, berrava uma mulher entre a multidão, em meio a gritos e aplausos de todos que a rodeavam.

Os organizadores da marcha carregavam diferentes cartazes no protesto. Parte da multidão seguiu para a praça Alfredo Sadel de Las Mercedes. Eles protestavam contra a censura que afirmam estar sendo aplicada aos meios de comunicação do país. Outra parte do protesto seguiu para a praça Castellana, questionando a injustiça sobre apreensões de estudantes e dirigentes políticos da oposição.

Uma terceira parte da multidão foi para a praça Miranda de Los Dos Caminos, pedindo por segurança no país que, desde o ano passado, teve mais de 20 mil vítimas de homicídios. A quarta parte da multidão seguiu para a cidade de Banesco. Lá, reclamaram da falta de recursos básicos para a população venezuelana, como leite e papel higiênico. Pediram também o fim das longas filas que enfrentam todos os dias no comércio.

Uma mulher segurava um cartaz onde estava desenhado um grande revólver, em um fundo roxo, com uma mensagem que se dirigia ao governo de Nicolás Maduro: “A arte da paz não está em uma arma. Desarme o coletivo já, se queres paz”. As palavras fazem alusão às críticas contra o grupo de civis armados e partidários do governo associados a alguns dos 18 homicídios ocorridos na Venezuela desde 12 de fevereiro, quando tiveram início as manifestações. Mais de mil manifestantes foram feitos prisioneiros, mas a maioria agora está livre. Apesar disso, nos tribunais do país há 27 investigações abertas pela Procuradoria Geral sobre violações dos direitos humanos.

Venezuela: Estudantes voltam a protestar em Caracas e arredores:

As manifestações deste domingo tiveram ponto inicial nos municípios de Baruta, Chacao e Sucre, na área metropolitana de Caracas. Todas foram comandadas por líderes da oposição. Os manifestantes se encontraram na praça Brión de Chacaíto, onde Jorge Rodrígues, político chavista, disse que “não toleraria manifestações”. As ruas pareciam “transbordar” de tanta gente.

Foi feito um minuto de silêncio pelos falecidos nas manifestações do país. Estudantes gritavam  “Querem falar conosco? Coloquem em sua agenda: a liberdade dos estudantes não é negociável”, em resposta à Conferência Nacional de Paz, realizada pelo governo na semana passada. “O governo tem de garantir o direito à vida”, defenderam nos protestos.

Outra manifestação foi marcada para esta segunda-feira, com concentração na praça Alfredo Sadel.

Fonte: Especial para Terra
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