Trump anuncia que espaço aéreo da Venezuela será totalmente fechado
O presidente americano Donald Trump afirmou neste sábado (29) que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado "totalmente fechado", em uma mensagem publicada em sua rede Truth Social, ampliando a tensão entre os dois países.
"Para todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas", escreveu Trump, "considerem O ESPAÇO AÉREO SOBRE E AO REDOR DA VENEZUELA COMO TOTALMENTE FECHADO".
O presidente americano não deu detalhes sobre como colocaria em prática o anúncio, mas vem reforçando a presença militar na região em nome do combate ao narcotráfico, com a operação 'Lança do Sul'. Os EUA enviaram em outubro para o Caribe o porta-aviões USS Gerald Ford, além dos destróieres USS Winston Churchill, USS Mahan e USS Bainbridge.
Trump acusa a Venezuela de atuar diretamente no tráfico de drogas que abastece o mercado americano. O governo venezuelano nega e insiste que o verdadeiro objetivo das manobras dos EUA é promover mudança de regime e controlar as reservas de petróleo do país, que enfrenta uma grave crise econômica. O presidente Nicolás Maduro, no poder desde 2013, foi reeleito em 2024 em eleição contestada, marcada por distúrbios e prisões em massa.
As forças americanas realizaram ataques contra mais de 20 navios suspeitos de tráfico de drogas venezuelanos no mar do Caribe e no oceano Pacífico oriental desde o início de setembro, matando mais de 80 pessoas. Washington ainda não apresentou provas de que os navios atacados eram usados para o tráfico de drogas ou representavam ameaça aos Estados Unidos.
Segundo reportagem publicada pelo jornal The New York Times na sexta-feira (28), Trump e Maduro conversaram recentemente por telefone e discutiram uma possível reunião nos EUA. Antes do deslocamento militar no Caribe, a Justiça americana ofereceu US$ 50 milhões de recompensa por informações que levassem à captura de Nicolás Maduro.
Radar em Trinidad e Tobago
A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, anunciou na quinta-feira (27) que os Estados Unidos estão instalando um radar para um novo aeroporto no arquipélago, a cerca de dez quilômetros da costa venezuelana. Um contingente de fuzileiros navais americanos realizou exercícios no país entre 16 e 21 de novembro.
O governo local de Tobago, segunda ilha do país, afirmou em nota ter "tomado conhecimento do interesse público gerado pelos comentários" da primeira-ministra, que confirmaram a presença de fuzileiros dos EUA no aeroporto internacional ANR Robinson, incluindo a instalação de um sistema de radar.
Farley Augustine, secretário-chefe da Assembleia de Tobago, disse que uma reunião está sendo organizada para discutir o objetivo da cooperação, que reafirma a postura de neutralidade de Tobago.
Trinidad e Tobago também recebeu o navio de guerra americano USS Gravely no fim de outubro. A premiê da ilha, aliada de Donald Trump, afirmou que os EUA nunca pediram para usar o arquipélago em ataques contra a Venezuela. A cooperação militar entre o arquipélago e os EUA irritou a Venezuela, que cancelou acordos de gás com Trinidad e Tobago.
Com agências