Equador realiza megaoperação militar contra mineração ilegal no sul do país
Após uma operação inicial na região de Buenos Aires, ao norte de Quito, agora é no sul do Equador que as Forças Armadas enfrentam diretamente a mineração ilegal. Grupos do crime organizado disputam violentamente as áreas de extração no país. O Estado intensifica sua ofensiva, impulsionado por uma campanha eleitoral marcada pelo foco na segurança pública.
Após uma operação inicial na região de Buenos Aires, ao norte de Quito, agora é no sul do Equador que as Forças Armadas enfrentam diretamente a mineração ilegal. Grupos do crime organizado disputam violentamente as áreas de extração no país. O Estado intensifica sua ofensiva, impulsionado por uma campanha eleitoral marcada pelo foco na segurança pública.
Com informações de Éric Samson, correspondente da RFI em Quito, e agências
Chamada de "Tempestade de Fogo", a megaoperação, realizada na segunda-feira (3), contou com 1.500 homens e visou o desmantelamento de infraestruturas criminosas na região de La Chonta, no sul do Equador. Segundo as autoridades, a área estava sob o controle dos "Los Choneros", uma das duas quadrilhas mais poderosas do país.
O grupo, classificado de "terrorista" no país, também estaria praticando na região contrabando de armas, extorsão e tráfico de drogas. "Usavam a mineração ilegal como fachada para suas atividades", informou uma nota do Ministério da Defesa.
Após o envio de tropas e a evacuação da população civil, o Exército usou artilharia pesada e bombardeou instalações em uma área de 12 hectares. A ação contou com aviões de ataque Tucano e com caminhões equipados com lançadores de foguetes.
O governo equatoriano não especificou se instalará no local uma base militar permanente, como fez na região de Buenos Aires, para evitar o retorno dos criminosos. No entanto, o Ministério da Defesa do Equador garantiu que haverá uma "ofensiva constante" contra o crime organizado no país.
Propaganda eleitoral
A megaoperação tem como pano de fundo a campanha eleitoral para o referendo do 16 de novembro. O presidente equatoriano, Daniel Noboa (centro-direita), quer vencer a consulta a todo custo para poder modificar a atual Constituição e reforçar o combate a grupos de narcotráfico que atuam no país.
Sob iniciativa do ministro equatoriano da Defesa, Gian Carlo Loffredo, "Tempestade de Fogo" ganhou até mesmo um vídeo de divulgação, com direito a uma trilha sonora roqueira, simulações de incêndios e explosões. Na gravação, Loffredo aparece, autorizando "a destruição do objetivo".
"Com esta operação, o Estado equatoriano aplica um novo golpe estrutural contra as máfias que atentam contra a segurança nacional e a paz das famílias equatorianas", salienta o comunicado do Ministério da Defesa. A "recuperação e o controle total do território contra a expansão de economias criminosas" devolverão ao Estado "a autoridade sobre uma zona estratégica do país", conclui a nota.