Al-Sharaa pede ajuda a sírios para reconstrução do país
Queda de Assad faz 1 ano, mas nação enfrenta grandes desafios
O presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, exortou nesta segunda-feira (8) o povo do país a colaborar com a reconstrução de seu território na data que marca um ano da queda do regime de Bashar al-Assad. Já a União Europeia se colocou ao lado de Damasco dentro de um contexto "pacífico" e "democrático".
"A fase atual exige a união dos esforços de todos os cidadãos para construir uma Síria forte, consolidar sua estabilidade, salvaguardar sua soberania e concretizar um futuro digno dos sacrifícios de seu povo", disse o chefe de Estado, que há um ano liderou uma revolta jihadista que pôs fim ao governo de mais de 50 anos da família Assad, iniciado em 1971 com Hafez al-Assad, pai do último ditador.
A UE também recordou-se do marco histórico. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, mencionou que desde 8 de dezembro de 2024, "os sírios têm caminhado rumo a um futuro mais estável e inclusivo".
"A UE está ao lado da Síria e apoia um processo pacífico, liderado por seu povo, focado na justiça, na reconciliação e nos direitos de todos os sírios", afirmou Costa, acrescentando que "ainda existem desafios, mas estamos comprometidos com o diálogo político, a assistência humanitária urgente e a recuperação e reconstrução do país".
Desde que derrubou Assad, o qual fugiu para a Rússia, Al-Sharaa tem tentado afastar a imagem de seu passado guerrilheiro, de modo a se aproximar do Ocidente e melhorar a reputação internacional da Síria. A estratégia tem dado resultados, com a revogação de diversas sanções a Damasco.
No entanto, como citou Costa, o atual presidente da nação árabe ainda enfrenta obstáculos, como os massacres contra minorias alauítas e drusas, juntamente com operações militares de Israel, que voltaram a ocorrer na nova gestão.
No sábado (6), um proeminente líder espiritual alauíta na Síria instou os membros de seu grupo étnico-religioso, que inclui a família Assad, a boicotarem as celebrações da atual administração em protesto contra as novas autoridades "opressoras".
No mesmo dia, o governo curdo, que controla grandes áreas do nordeste sírio, anunciou a proibição de reuniões e eventos públicos no domingo (7) e na segunda (8), alegando preocupações com a segurança. Segundo um acordo firmado em março, a administração curda deveria integrar suas instituições ao governo central até o final deste ano, mas o progresso está estagnado.