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Ministro alemão do Interior desmente renúncia ao cargo

12 nov 2018 - 12h55
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Seehofer diz que não deixará governo Merkel, mas confirma saída da liderança de seu partido em 2019. Com posição contrária à política migratória da chanceler federal, ministro já colocou coalizão de governo em risco.O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, disse nesta segunda-feira (12/11) que não pretende renunciar a seu cargo no governo de Angela Merkel, apesar de sua decisão de sair da liderança de seu partido, a União Social Cristã (CSU) - legenda-irmã da União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal alemã.

"Sou o ministro do Interior e seguirei ocupando este cargo", declarou Seehofer a jornalistas
"Sou o ministro do Interior e seguirei ocupando este cargo", declarou Seehofer a jornalistas
Foto: DW / Deutsche Welle

"Sou o ministro do Interior e seguirei ocupando este cargo", frisou Seehofer, falando a jornalistas em Bautzen, onde participou da inauguração de um centro de cooperação das polícias federal e do estado da Saxônia. O desmentido ocorreu após a imprensa ter noticiado na noite anterior que ele iria deixar tanto a liderança da CSU como o ministério.

O líder conservador confirmou sua decisão de renunciar à presidência da CSU em 2019 e afirmou que a data exata ainda será anunciada nesta semana. Entretanto, ressaltou que a medida não vai influenciar sua função como responsável pela pasta do Interior.

Seehofer disse que a decisão de sair da presidência do partido - cargo que ocupa desde 2008 - deixa livre o caminho para renovação da legenda.

Segundo informações da agência de notícias DPA, o político de 69 anos havia informado à direção da CSU na noite de domingo sua intenção de renunciar a seus dois cargos no próximo ano, deixando claro que não continuaria como ministro, já que não teria mais a presidência do seu partido.

Desde o início da atual legislatura - iniciada em março após longas negociações de coalizão entre conservadores e social-democratas -, Seehofer se transformou numa pedra no sapato de Merkel.

Sua posição firme contrária à política migratória da chanceler federal alemã desencadeou seguidas crises internas, que ameaçaram o fim da coalizão de governo.

Em julho passado, Seehofer havia anunciado sua intenção de "colocar à disposição" seus cargos como presidente da CSU e ministro do Interior, durante uma disputa com Merkel, voltando atrás logo depois.

Já Merkel anunciou em 29 de outubro que em dezembro não concorrerá à reeleição como líder da CDU, que preside desde 2000, e que também não concorrerá à reeleição ao cargo de chanceler federal após o fim de seu mandato, em 2021.

Merkel fez seu anúncio um dia depois das eleições no estado de Hessen, onde seu partido se manteve como principal força política, mas perdeu mais de dez pontos percentuais.

O novo chefe da CSU deverá ser escolhido em uma convenção extraordinária do partido no início do próximo ano.

O candidato com melhores perspectivas para liderar o partido é o atual governador da Baviera, Markus Söder. Se eleito, será a segunda vez que o político, de 51 anos, sucede a Seehofer, depois de assumir em março a chefia do governo bávaro, substituindo o atual ministro do Interior.

A decisão de Seehofer de deixar a liderança de seu partido foi anunciada após o duro revés sofrido pela CSU nas eleições regionais da Baviera em outubro, onde permaneceu o partido mais votado, mas perdeu sua maioria absoluta na assembleia local, sofrendo uma queda de cerca de dez pontos percentuais.

MD/dpa/efe

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