Mãe de empresário foragido por incêndio em Maceió ameaça vítima pelo WhatsApp: 'vagab*nda'
Ana Gusmão, mãe de Marcello Gusmão de Aguiar Vitório, era da comissão de mulheres advogadas da OAB-AL
A advogada Ana Gusmão, mãe do empresário Marcello Gusmão de Aguiar Vitório, indiciado por suspeita de incendiar o apartamento da ex-namorada em Maceió, enviou mensagens com ameaças e ofensas à vítima, Mariana Maia, por meio do WhatsApp. O empresário teve a prisão decretada na última quarta-feira, 12, e é considerado foragido da Justiça.
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Segundo a investigação, Marcello teria ateado fogo no imóvel, localizado no bairro da Ponta Verde, na madrugada do sábado, 8, em uma tentativa de impedir que Mariana e sua filha viajassem para a Itália no dia seguinte. Ele foi indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio, violência psicológica, dano e incêndio, mas nega as acusações.
Parte das mensagens enviadas por Ana Gusmão foi divulgada no Instagram de Mariana nesta quinta-feira, 13. Em uma delas, a advogada escreveu: “Você sabe a calúnia que você cometeu contra meu filho. Você vai pagar por isso, Mariana, tenha certeza. Enquanto eu for viva, vou provar que meu filho é inocente e fazer da sua vida um inferno.” Em outro trecho, Ana chamou a vítima de “vagabunda” e a desafiou a processá-la: “Eu sou advogada. Me processe. Tão covarde que passou o telefone para sua advogada.”
A advogada ainda teria tentado chantagear Mariana, oferecendo ajuda com moradia em troca de uma declaração pública: “Quer um teto, eu te dou. Alugo um hotel para você. [...] Entre em contato com os jornais. Diga que esperam o resultado da perícia, que não teve nada a ver com a briga de vocês. E eu te dou um teto.”
Ana Gusmão integrava a comissão da mulher advogada da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL), mas foi desligada após o caso vir à tona. O Terra procurou a entidade para comentar o afastamento, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
A origem do conflito
O desentendimento entre Mariana e Marcello teria começado por causa da viagem que ela e a filha fariam à Itália no domingo, 9. Inicialmente, o empresário também viajaria, mas desistiu alegando dificuldades financeiras. Nos dias que antecederam a partida, ele teria pressionado Mariana para que ela também cancelasse os planos, elevando o tom das discussões.
Na sexta-feira anterior ao incêndio, Mariana foi até uma festa onde Marcello estava para exigir a devolução de uma cópia da chave do seu apartamento. O encontro resultou em uma briga.
Horas antes do crime, Marcello esteve no prédio de Mariana e retirou uma mala que ela havia deixado na portaria para ele. Em seguida, subiu até o apartamento. Câmeras de segurança registraram sua movimentação pelo elevador momentos antes de o incêndio ser detectado.
A Polícia Civil solicitou sua prisão preventiva, concedida pelo 1º Juizado de Violência Doméstica de Alagoas. Desde então, ele segue foragido.