Justiça manda prender o rapper Oruam por ligação com o Comando Vermelho
Na noite de segunda-feira, 21, uma operação da Polícia Civil na casa do artista terminou com a fuga dele para o Complexo da Penha
O TJRJ recebeu um pedido de prisão temporária contra o rapper Oruam, acusado de associação com o Comando Vermelho e crimes como desacato e resistência, após operação policial que resultou em sua fuga e denúncias pela internet.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) recebeu, nesta terça-feira, 22, o pedido de prisão temporária contra o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam. A ação, que tramita na Vara do Plantão Judicial Capital, ocorre após uma operação da Polícia Civil, na casa do artista em um bairro de luxo do Rio, na noite de segunda, 21, terminar com a fuga de Oruam.
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Além do rapper, o pedido de prisão no TJRJ também trata de Pablo Ricardo da Silva de Morais, que teria sido preso em flagrante por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico, durante a operação de segunda.
Oruam também deve ser investigado por crime ou contravenção contra criança e adolescente. Isso porque, segundo a Polícia Civil, ele estaria mantendo em casa um adolescente infrator, suspeito de ser responsável por diversos roubos no Estado do Rio e de atuar como segurança do traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, do Comando Vermelho (CV).
Operação e indiciamento de Oruam
A casa de Oruam foi alvo de uma operação da Polícia Civil, na noite desta segunda-feira, 21. Em nota, a polícia disse ter encontrado, pela segunda vez em menos de seis meses, um integrante do Comando Vermelho (CV) na residência de Oruam, no Joá, um dos bairros mais caros da capital fluminense.
Posteriormente, na manhã desta terça-feira, 22, o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, disse, em entrevista à TV Globo, que Oruam será indiciado por ligação com o CV. Ele deverá responder por associação para o tráfico de drogas, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato.
Na ocasião da operação, os agentes teriam recebido uma denúncia de que um adolescente infrator estaria na residência. Uma equipe foi ao local em uma viatura descaracterizada e, quando o menor saiu da casa, junto com outras quatro pessoas, foi abordado pelos policiais. Foi anunciada sua apreensão, assim como dos bens que portava, um celular e um cordão.
Neste momento, Oruam e mais oito indivíduos surgiram na varanda. Segundo a polícia, eles teriam proferido xingamentos e atacado os agentes com pedras. "Um deles, inclusive, citando ser filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o 'Marcinho VP', uma das principais lideranças do Comando Vermelho, como forma de intimidação", diz a nota da PCERJ.
Ainda de acordo com a polícia, os agentes entraram na casa depois que um dos homens correu para dentro da residência. Ele foi autuado em flagrante por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico.
Já Oruam e os outros homens fugiram do local. O rapper, no entanto, publicou em seu perfil no Instagram vídeos em que denuncia a forma como os policiais agiram.
"Tem mais de 20 viaturas na porta da minha casa. O mesmo delegado que me prendeu. Eu tava saindo, botou a pistola na minha cara e tentou me prender. Nós conseguiu (sic) sair, mano", disse Oruam em um dos vídeos.
O rapper também publicou a cena descrita pelos policiais, em que ele e outros homens jogam pedras nos agentes.
Na sequência, Oruam aparece dentro de um veículo, desafiando os policiais: "Vem aqui me pegar no complexo", disse. Em seguida, o rapper fez mais uma publicação, com a localização indicando que estaria no Complexo da Penha.

