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Julgamento anulado: Relembre o caso da Boate Kiss

A tragédia aconteceu em 2013 e deixou 242 mortos; condenados vão passar por novo julgamento

3 ago 2022 - 20h50
(atualizado em 4/8/2022 às 14h04)
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O acidente foi considerado a segunda maior tragédia da história do país, pelo número de vítimas em um incêndio
O acidente foi considerado a segunda maior tragédia da história do país, pelo número de vítimas em um incêndio
Foto: Mais Goiás

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu nesta quarta-feira, 3, pela anulação do julgamento que condenou os réus do caso do incêndio na Boate Kiss. O incidente aconteceu em 2013 e deixou 242 pessoas mortas e mais de 600 feridas, em Santa Maria (RS)

Com a nova decisão, os sócios da boate Elissandro Callegaro SpohrMauro Londero Hoffmann, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o roadie do grupo musical, Luciano Bonilha, devem ser soltos e passar por novo julgamento. A decisão foi tomada pela 1ª Câmara Criminal da Corte, que julgou os recursos da defesa. 

O acidente foi considerado a segunda maior tragédia da história do país, devido ao número de vítimas em um incêndio, sendo superado apenas pelo caso do Gran Circus Norte-Americano, em 1961, em Niterói, que matou 503 pessoas.

Como começou o incêndio?

No dia 27 de janeiro de 2013, a Boate Kiss sediou a festa universitária 'Agromerados’, marcando a formatura de cursos como Agronomia e Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O fogo começou quando um sinalizador foi aceso pelo vocalista da banda que se apresentava na festa, por volta das 2h30. 

As centelhas disparadas pelo artefato atingiram parte do teto da boate, revestido por uma espuma para isolamento acústico, dando início ao fogo que rapidamente se alastrou. Com o incêndio, gases tóxicos foram liberados e ocasionou as mortes, segundo a perícia. Muitas outras pessoas foram pisoteadas, em meio ao caos, também sofrendo ferimentos graves.

Falhas na evacuação

Os extintores de incêndio não funcionaram, pois estavam fora da validade, e a rota de fuga era prejudicada pela falta de saída de emergência na casa noturna. Além disso, um grupo de seguranças ainda impediu que parte das vítimas saísse, no princípio da confusão. Segundo testemunhas, eles seguiram determinação dos donos casa, para assegurar que os clientes pagassem suas respectivas contas.

Foram encontrados muitos corpos empilhados em frente à porta, e também nos dois banheiros da boate, locais para onde muitos dos jovens se dirigiram para tentar escapar. 

Quem eram as vítimas? 

No dia do incêndio, a festa reunia, principalmente, estudantes de seis cursos da Universidade Federal de Santa Maria. A cidade tem um pouco menos de 300 mil habitantes, e possui com muitos universitários.

As perícias dos corpos retirados da boate concluíram que todas as mortes ocorreram por asfixia. Além dos 231 óbitos no local, outras 13 pessoas morreram nas semanas seguintes, enquanto tentavam se recuperar nos hospitais. A última morte foi confirmada quatro meses após o incêndio.

A casa estava lotada, com um número de jovens que variava entre 800 e mil pessoas, embora a boate tivesse capacidade para 690 pessoas.

Fonte: Redação Terra
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