Itaú faz demissões em massa e alega problemas de produtividade e aderência cultural
O banco destacou que realiza constantemente avaliações de desempenho e alinhamento cultural como parte da política de gestão de pessoas.
O Itaú Unibanco, um dos maiores bancos privado do Brasil, promoveu nesta segunda-feira, 8 de setembro, uma série de demissões em massa. A instituição financeira justificou os cortes como resultado de questões relacionadas à produtividade e ao que chamou de "aderência cultural".
A movimentação ganhou destaque logo no fim da manhã, quando relatos de funcionários e ex-funcionários começaram a circular em redes sociais. Entre os comentários, muitos citaram que os desligamentos atingiram trabalhadores que, apesar de registrarem presença ao ligar os computadores, não apresentavam engajamento ou constância nas tarefas diárias.
Nota oficial do banco
Em resposta aos questionamentos, o Itaú enviou uma nota ao portal Metrópoles afirmando que as demissões foram conduzidas de forma criteriosa. O banco destacou que realiza constantemente avaliações de desempenho e alinhamento cultural como parte da política de gestão de pessoas.
Segundo a instituição, os desligamentos de segunda-feira ocorreram considerando "diversos aspectos do trabalho e a aderência às necessidades atuais do banco". A nota também frisou que essas medidas visam "fortalecer a cultura organizacional e a entrega de resultados".
Apesar disso, o Itaú não informou oficialmente o número de profissionais afetados. Hoje, o banco conta com aproximadamente 100 mil funcionários em todo o Brasil. Nas redes sociais, algumas postagens sugeriram que cerca de mil pessoas poderiam estar entre os demitidos, mas essa estimativa não foi confirmada.
Itaú seguirá com rigor a Lei Magnitsky
O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, afirmou na última terça-feira, 5 de agosto, que o banco seguirá rigorosamente a Lei Magnitsky em todas as jurisdições onde atua. A declaração foi dada durante coletiva com jornalistas após a divulgação dos resultados do segundo trimestre.
Maluhy foi questionado sobre o impacto das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e se a medida poderia alcançar outras autoridades ou instituições brasileiras. O executivo evitou especular:
"Discutir extensão é algo que eu prefiro não comentar. Esse é um tema que não temos controle algum, naturalmente, e não discutimos o campo das hipóteses", afirmou.
O executivo citou o sigilo bancário e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) como justificativas para não comentar casos específicos.
Maluhy ressaltou que o Itaú está presente em 19 países e segue todas as legislações locais e internacionais:
"Cumprimos rigorosamente as leis de todas as jurisdições onde atuamos. Temos advogados externos e nos cercamos dos melhores consultores jurídicos", disse.
Ele também reconheceu que normas internacionais como a Magnitsky impactam as relações comerciais com fornecedores e parceiros em diversos países.
Aprovada nos EUA, a Lei Magnitsky autoriza o governo americano a impor sanções econômicas e restrições de visto a indivíduos e empresas envolvidas em corrupção ou violações de direitos humanos em qualquer parte do mundo. A norma foi aplicada recentemente ao ministro Alexandre de Moraes, o que colocou empresas brasileiras sob atenção internacional.
Bradesco vai cumprir a Lei Magnitsky
O CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou, na última semana, que o banco deve seguir a legislação dos Estados Unidos após a inclusão do ministro Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky.
"Não discutimos a lei, nós cumprimos a lei", disse o executivo durante coletiva realizada após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025.
Como medida preventiva, essas instituições podem, eventualmente, encerrar vínculos com o ministro para evitar o risco de sofrer sanções secundárias.