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Festa de Exu em salão paroquial em Vacaria gera polêmica entre fiéis: "Será castigado"

O evento, que comemorava o terceiro aniversário do terreiro, causou revolta entre fiéis católicos ao incluir elementos religiosos em sua programação

4 fev 2025 - 20h24
(atualizado às 20h27)
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No mês passado, o salão paroquial da Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Vacaria (RS), se tornou centro de uma controvérsia após receber uma festa organizada pelo terreiro de umbanda Ogum Megê e Oxum. O evento, que comemorava o terceiro aniversário do terreiro, causou revolta entre fiéis católicos ao incluir elementos religiosos em sua programação. A repercussão negativa levou o pároco, frei Protásio Ferronato, a se pronunciar publicamente sobre o caso, esclarecendo que o aluguel do espaço previa apenas um evento de caráter social.

O que aconteceu?

A paróquia Nossa Senhora de Fátima afirma que o contrato de aluguel do salão estipulava um evento festivo, sem celebrações religiosas. No entanto, imagens divulgadas nas redes sociais mostraram práticas espirituais durante a comemoração, o que provocou reações indignadas na comunidade católica local. Em resposta, o frei Protásio publicou uma carta aberta reiterando que o templo não havia sido transformado em um terreiro de umbanda e destacando que a igreja buscava evitar qualquer tipo de intolerância ao permitir o uso do espaço.

Por outro lado, o líder do terreiro, Pai Rodrigo de Ogum Megê, e sua esposa, Marcele, defenderam a legalidade do aluguel, afirmando que a festa foi realizada com transparência e dentro dos termos acordados. Eles também criticaram a forma como um youtuber, Tiago Bruno de Almeida Prado, do canal Católicos de Verdade, abordou o evento. O casal acusa Tiago de distorcer informações e incitar o ódio em sua audiência, o que os levou a registrar um boletim de ocorrência e solicitar a remoção do vídeo.

Reação e polêmica nas redes sociais

A publicação do youtuber teve ampla repercussão, com comentários que variavam entre críticas à paróquia e ataques diretos ao terreiro. Algumas mensagens chegaram a relacionar as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul à presença de religiões de matriz africana no estado. Expressões como "O espaço da Igreja precisa ser exorcizado" e "A fumaça de Satanás entrou na Igreja" se multiplicaram entre os seguidores do canal.

Questionado sobre a repercussão, Tiago Bruno se defendeu, afirmando que o vídeo teve cunho jornalístico e se baseou na doutrina católica. Ele negou que tenha incitado a intolerância, alegando que não tem responsabilidade sobre os comentários feitos por terceiros.

Posicionamento do frei

Frei Protásio reiterou que a decisão de alugar o salão paroquial seguiu princípios de fraternidade e diálogo inter-religioso. No entanto, destacou que cerimônias religiosas de outras tradições não podem ser realizadas no espaço da Igreja Católica. Para ele, houve um erro de comunicação, mas não uma intenção de desrespeito por parte do terreiro.

O pároco também lamentou as manifestações hostis geradas pelo caso. "Reafirmamos o caminho da amizade social, da fraternidade universal, caminho do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, no respeito à diversidade", afirmou. No entanto, ele destacou que, por não se tratar de uma relação ecumênica, e sim inter-religiosa, "o culto religioso não poderá ser realizado no espaço da Igreja Católica."

A resposta do terreiro

Pai Rodrigo de Ogum Megê reforçou que o terreiro sempre agiu com respeito e que a festa realizada no salão paroquial não teve caráter ritualístico, apenas comemorativo. Ele destacou que, desde o primeiro contato, a paróquia foi informada de que haveria elementos da umbanda, como tambores e a presença de Exus e Pombagiras.

O sacerdote repudiou as reações negativas e negou qualquer desrespeito à Igreja Católica. Para ele, as postagens tendenciosas nas redes sociais fomentaram a intolerância. "Nos entristece muito ver tantas declarações de ódio contra nossa religião. Seguiremos firmes, praticando a caridade, a humildade e a fé, como nos ensina Oxalá", afirmou.

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