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Estratégias para superar a autossabotagem e alcançar metas em 2026

A neurocientista e psicóloga Anaclaudia Zani, profissional com trinta anos de pesquisa em comportamento humano, oferece uma perspectiva sobre a causa desse fenômeno

15 dez 2025 - 18h18
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A proximidade do final do ano de 2025 frequentemente motiva a revisão de metas e o estabelecimento de novas metas para o ciclo seguinte. Contudo, dados de pesquisa indicam que uma alta porcentagem de indivíduos, estimada em até 80%, descontinua suas promessas de Ano Novo antes do mês de fevereiro. Esse padrão reverte o impulso inicial de motivação em um sentimento de frustração.

A neurocientista aponta que a concretização das metas estabelecidas vai além da força de vontade
A neurocientista aponta que a concretização das metas estabelecidas vai além da força de vontade
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

A neurocientista e psicóloga Anaclaudia Zani, profissional com trinta anos de pesquisa em comportamento humano, oferece uma perspectiva sobre a causa desse fenômeno e apresenta métodos para neutralizar a autossabotagem. A especialista explica que a falha em cumprir as resoluções não é, primariamente, uma questão de deficiência em disciplina, mas sim uma manifestação de um modo de autoproteção cerebral. O cérebro tende a priorizar hábitos antigos e os atalhos mentais já estabelecidos.

Zani, que também é criadora da EITA Mentora Virtual, uma ferramenta de Inteligência Artificial para racionalização emocional, define o cérebro como um processador de informações que reage à interpretação e à narrativa que o indivíduo constrói sobre o mundo. Nesse contexto, a procrastinação está associada à autocrítica e ao medo da frustração por não executar uma tarefa com perfeição. Esse receio pode levar à inação. A especialista sugere que é mais produtivo iniciar a ação, mesmo que de forma imperfeita, reconhecendo que todo processo exige tempo.

A neurocientista aponta que a concretização das metas estabelecidas vai além da força de vontade, estando profundamente ligada à estrutura cerebral e aos vieses psicológicos que orientam o comportamento. O cérebro humano possui uma programação que visa economizar energia e evitar esforços cognitivos complexos, o que é o oposto do que é exigido pelas mudanças de comportamento.

O cérebro opera frequentemente em um modo de "piloto automático", privilegiando as redes neurais consolidadas. Rotinas e caminhos já percorridos, mesmo que sejam prejudiciais, são percebidos como mais confortáveis do que as novidades. A introdução de mudanças requer a formação de novas conexões neurais, um processo que demanda esforço, tempo e constância. O organismo manifesta uma resistência natural a esses novos inícios.

A motivação inicial, que envolve a liberação do neurotransmissor dopamina ao se estabelecerem as metas, é rapidamente desativada se a recompensa demorar a se manifestar. Sem resultados imediatos, o cérebro tende a reverter para os padrões de comportamento anteriores e a zona de conforto.

Adicionalmente, objetivos abstratos e metas vagas geram confusão no cérebro, enquanto o excesso de resoluções provoca uma sobrecarga cognitiva. O cérebro necessita de clareza sobre o modo de ação para manter o foco. Resoluções amplas, como "entrar em forma" ou "cuidar da saúde", são inespecíficas. É necessário fornecer instruções claras ao cérebro para prevenir o retorno ao automático. O otimismo exagerado sobre a capacidade de mudança e a subestimação dos obstáculos também são formas de autossabotagem. As promessas devem ser realistas, pois o excesso de confiança pode levar à frustração e ao abandono da meta no primeiro contratempo.

A neurocientista enfatiza a biologia subjacente à falha, ressaltando que o cérebro não é fixo; a neuroplasticidade oferece uma possibilidade real de transformação. A mudança se consolida quando se transforma em hábito. A especialista recomenda as seguintes técnicas de reprogramação:

  1. Definir Metas Específicas e Realistas: Substituir metas genéricas (ex: "vou me exercitar") por objetivos concretos (ex: "caminhar 20 minutos três vezes por semana"). A clareza reduz a sobrecarga mental e fornece um mapa claro para a ação.

  2. Começar com Pequenos Passos Consistentes: Evitar mudanças radicais, priorizando passos graduais e frequentes. A neuroplasticidade é beneficiada pela repetição gradual de novos comportamentos.

  3. Utilizar Recompensas: Incluir pequenas recompensas e reforços positivos para simular o resultado rápido que o cérebro valoriza, auxiliando na consolidação do novo comportamento.

  4. Praticar a Autocompaixão: Em caso de falha, é crucial recomeçar sem punição ou culpa, pois a autocrítica ativa mecanismos de estresse e medo. O foco deve ser mantido no progresso, e não na perfeição.

  5. Compartilhar o Compromisso: Comunicar as metas a terceiros (amigos, família ou grupos) é percebido pela mente como um sinal de comprometimento e responsabilidade social, reforçando o novo objetivo.

A conclusão da especialista é que o entendimento dos mecanismos cerebrais e a aplicação da neurociência e da psicologia de forma estratégica são fundamentais para que o ano de 2026 possa se tornar um período de mudança efetiva e transformadora.

Perfil Brasil
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