Esta igreja em Pernambuco foi inaugurada em 1535 e segue funcionando até os dias de hoje
A Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião, na região metropolitana de Recife, ocupa papel central na história religiosa e arquitetônica do país. Afinal, ela ostenta o título de igreja em funcionamento mais antiga do Brasil.
Relíquias históricas atravessam séculos mantendo vivas memórias e tradições. Uma dessas testemunhas do passado brasileiro se encontra em Igarassu, na região metropolitana de Recife, em Pernambuco. A Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião ocupa papel central na história religiosa e arquitetônica do país. Afinal, ela ostenta o título de igreja em funcionamento mais antiga do Brasil.
O templo, construído no início do período colonial, permanece de pé desde sua fundação, acolhendo fiéis, visitantes e estudiosos do patrimônio. Ademais, a dedicação a santos médicos, Cosme e Damião, reforça a conexão com as raízes culturais afro-brasileiras e portuguesas, presente em festas religiosas tradicionais até os dias atuais.
Quais são as origens da Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião?
Erguida por volta de 1535, durante a colonização portuguesa, a Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião surgiu a partir da necessidade de um espaço de culto na vila de Igarassu, uma das primeiras povoações do país. Assim, o local rapidamente se consolidou como referência para a comunidade local e região circundante, sendo palco de acontecimentos marcantes ao longo do tempo.
Arquitetonicamente, o edifício apresenta características singelas do estilo colonial, com paredes espessas, frontão simples e poucos ornamentos. Portanto, essas escolhas refletiam as limitações materiais e os desafios impostos pelo contexto do litoral nordestino do século XVI.
Como a igreja de Igarassu obteve reconhecimento de patrimônio nacional?
No início da década de 1950, a importância histórica da igreja foi formalmente reconhecida com o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Esse ato, realizado em 1951, garantiu a proteção da estrutura e a valorização de suas memórias centenárias, reforçando o papel da igreja como parte essencial do patrimônio brasileiro.
Graças à proteção legal, ao longo dos anos foram promovidas diversas obras de restauro e conservação. O tombamento possibilita não apenas a manutenção da integridade das paredes e mobília originais, mas também o salvaguardar de uma rica coleção de arte sacra, documentos e objetos litúrgicos.
Por que a Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião é importante para a cultura do Brasil?
A relevância da Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião não se limita à arquitetura ou à história religiosa. O templo tornou-se símbolo de resistência, fé e continuidade. Por ter funcionado de forma ininterrupta, mesmo diante de guerras, invasões e transformações urbanas, ela testemunha os processos sociais vividos desde o Brasil Colônia.
Além disso, a devoção aos santos Cosme e Damião mistura tradições cristãs e elementos do sincretismo cultural brasileiro, refletidos em festas populares e celebrações que ocorrem todos os anos no local. A igreja também figura em roteiros turísticos, atraindo visitantes brasileiros e estrangeiros interessados em conhecer as origens do país através de suas edificações históricas.
Curiosidades sobre a igreja mais antiga em funcionamento do Brasil
- A igreja está localizada em uma das áreas mais antigas urbanizadas do Brasil, Igarassu, cidade fundamental para o início da colonização portuguesa no Nordeste.
- Possui registros históricos de acontecimentos relevantes, como ataques de corsários e ocupação holandesa, estando inserida em diferentes fases dos séculos XVI e XVII.
- O altar-mor, feito em madeira trabalhada, é um dos elementos mais antigos e preservados da igreja, mantendo traços originais do início da colonização.
- Comemorações em honra aos santos padroeiros são realizadas anualmente, reunindo grande número de devotos e mantendo vivas tradições seculares.
Atual em sua função de espaço de fé e cultura, a Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião segue ocupando papel especial na história do Brasil. Seu reconhecimento pelo Iphan assegura não apenas a preservação de suas características arquitetônicas, mas também o valor imaterial representado por séculos de devoção, resistência e celebração. Em 2025, depois de quase 490 anos de existência, permanece aberta, convidando o público a conhecer mais de perto a matriz de nossa história religiosa e patrimonial.