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Em entrevista pelo Facebook, Bolsonaro mantém mistério sobre vice

Presidenciável expôs pensamentos e planos que já vem repetindo há tempos, como críticas ao STF e mudanças nas reservas indígenas

3 ago 2018 - 02h05
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RIO DE JANEIRO - Três dias após conceder entrevista na bancada do programa "Roda Viva", da TV Cultura, o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) respondeu na noite desta quinta-feira (3) perguntas durante uma transmissão ao vivo pelo Facebook (o chamado Live) que começou às 22h20 e se estendeu por mais de duas horas. Bolsonaro expôs pensamentos e planos que já vem repetindo há tempos: fez críticas ao Supremo Tribunal Federal, defendeu mudanças nas reservas indígenas e disse que ninguém pode ser preso por xingar alguém de gay durante uma partida de futebol.

Questionado sobre quem será o candidato a vice em sua chapa, Bolsonaro repetiu que Janaína Paschoal e Luiz Philippe de Orleans e Bragança são os principais nomes, e que o general Hamilton Mourão (PRTB) "corre por fora".

O candidato estava acompanhado por seu filho Flávio Bolsonaro e pelo economista Paulo Guedes, mentor do presidenciável quanto a questões econômicas e provável ministro da Fazenda caso Bolsonaro seja eleito. Havia três entrevistadores: Allan dos Santos, Bernardo Kuster e Flávio Morgenstern, todos influenciadores digitais identificados com a direita. Perguntas também foram enviadas pelas redes sociais e respondidas pelo candidato do PSL.

Ao criticar o que chamou de "ativismo judiciário", Bolsonaro afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) "fica muito próximo da Suprema Corte venezuelana" e criticou a iniciativa de regulamentar o direito ao aborto. Defendeu que seja nomeado um ministro "cristão": "Por que não tem um ministro cristão no STF? Num país cristão como o Brasil, por que não?", questionou. Sobre a proposta de ampliar o número de ministros da Corte, ele afirmou que levou "muita pancada", mas que "quem entendeu elogiou (a proposta)".

Bolsonaro criticou o Centrão (grupo de partidos que decidiu se aliar ao tucano Geraldo Alckmin na corrida pelo Planalto) e o "loteamento de cargos": "Se Alckmin vencer, vai lá, substitui o Temer e não muda nenhum ministro, porque os cargos já estão loteados pelo Centrão, que é quem continuará mandando", afirmou.

O economista Paulo Guedes também respondeu perguntas, e afirmou que a governabilidade de um eventual governo de Bolsonaro seria mantida não pelo loteamento de cargos, mas pelo repasse de recursos do âmbito federal para Estados e municípios: "A descentralização de recursos é o eixo da governabilidade. Bolsonaro pode ser o primeiro presidente que vai amputar seus próprios poderes, vai regenerar a classe política. Até o prefeito do PT vai querer votar nele, porque está precisando de dinheiro (para administrar o município). A classe política finalmente vai se reaproximar do povo", previu. Em outro momento, Guedes sugeriu o cineasta José Padilha para a função de ministro da Cultura.

Estadão
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