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Doria e gestão tucana são alvo em debate ao governo de São Paulo

Ex-prefeito, que foi cobrado por saída da Prefeitura para disputar eleição, reforça discurso anti-PT ; adversários associam Skaf a Michel Temer

3 out 2018 - 00h59
(atualizado às 01h38)
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No último debate entre os candidatos ao governo de São Paulo antes do 1.º turno, promovido ontem à noite pela TV Globo, o tucano João Doria e os 24 anos de governos do PSDB no Estado foram os principais alvos de ataques dos adversários, enquanto o ex-prefeito enfatizou o discurso anti-PT e sua proposta de endurecimento da ação da polícia.

Dos seis rivais, Doria só foi poupado por Rodrigo Tavares (PRTB), com quem fez "tabelinhas" durante todo o debate. O governador Márcio França (PSB), Luiz Marinho (PT), Marcelo Candido (PDT) e Professora Lisete (PSOL) trocaram acusações com o tucano, enquanto Paulo Skaf (MDB) fez críticas indiretas com relação à saída precoce de Doria da Prefeitura. Com exceção de Skaf, Doria associou todos os adversários ao PT.

"Você foi prefeito de São Paulo e a única coisa que conseguiu fazer em um ano, três meses e sete dias foi ser condenado por improbidade administrativa", disse Marinho, citando condenação do tucano no caso envolvendo o programa Cidade Linda. "Você deve ter amnésia. Quem está preso é o presidente de honra do seu partido, preso e condenado. Só da Petrobrás vocês assaltaram mais de R$ 150 bilhões", rebateu Doria.

Após ser criticado por Candido, o tucano disse que o pedetista tem uma condenação à prisão e que teve todas as contas reprovadas quando foi prefeito de Suzano, na Grande São Paulo. Candido retrucou afirmando que Doria havia desviado "6 milhões e meio de cruzados" quando presidiu a Embratur no governo José Sarney (1985-1990). O ex-prefeito chamou a acusação é "mentirosa e insidiosa" e disse que Candido foi do PT por 30 anos. "Aliás, uma boa aula de crime é frequentar o PT. Ele está com mandado de prisão, em tese ele nem poderia estar disputando a eleição", afirmou o tucano. Candido teve pedido de direito de resposta negado pela emissora.

O debate teve confronto direto entre os candidatos em quatro dos cinco blocos. No quarto bloco, foi a vez de França e Doria baterem boca, quando o governador criticou entrevista na qual o tucano teria dito "que a polícia tem de atirar para matar". França afirmou que o ex-prefeito dizia isso como marketing e contestou a propaganda tucana que mostra França antes de uma cirurgia bariátrica para dizer que ele tenta mostrar agora que é outra pessoa.

"Tudo na sua campanha parece marketing. Não parece sincero", disse França. O tucano rebateu fora do seu tempo e o governador emendou: "Não precisa bater boca comigo. Não fica nervoso. Não meça as pessoas por você", disse o governador. "Não acusei você nem de gordo nem de magro. Só disse que você foi líder do governo Lula, que é um esquerdista disfarçado, que foi contra o impeachment da Dilma", respondeu Doria.

Ao longo do debate, todos os rivais do tucano exploraram problemas nos 24 anos de PSDB no Estado. Skaf criticou o desperdício de água e a falta de coleta de esgoto pela Sabesp. Candido falou de suspeitas de corrupção no Rodoanel.

Skaf também foi alvo de ataques. Lisete ligou o emedebista ao presidente Michel Temer. "O eleitor vai olhar a pessoa, e não o partido", disse Skaf, que, em sua campanha, tem evitado mostrar Temer.

Considerações finais

Os candidatos aproveitaram as considerações finais para fazer acenos aos eleitorado feminino. A professora Lisete reclamou que nenhum dos homens fez pergunta a ela. "Note bem isso", frisou. Ela também pediu votos ao 50 (número do PSOL) "de ponta a ponta". João Doria afirmou que vai ampliar os programas para aumentar a segurança de mulheres. O tucano prometeu ainda que será "duríssimo na política de segurança pública".

Skaf disse que em um eventual governo dele vai ter respeito às mulheres, aos idosos e ao homem do campo. Ele encerrou a sua participação citando Gonzaguinha. "Fé na vida, fé no homem, fé no que virá", afirmou. Candido agradeceu o apoio da mãe, da filha e da mulher na corrida eleitoral e aproveitou para pedir votos aos candidatos do partido. "Eu agradeço também a Ciro Gomes, que se encontra preparado para se tornar Presidente da República", disse.

Márcio França pediu ao eleitor que tenha cuidado com "aquela coisa do marketing", em mais uma crítica velada a Doria. Ele também agradeceu o apoio da mulher, Lúcia. Os dois candidatos mais bem posicionados à Presidência foram lembrados pelos concorrentes das chapas no governo do Estado.

Tavares disse que vai fazer pelo Estado "o que o nosso presidente Jair Bolsonaro vai fazer pelo País". Já Luiz Marinho ressaltou ser do "time do Lula" e acusou a organização do debate de proteger Doria ao não conceder a ele direito de resposta. Ele encerrou a fala entoando o grito de "Lula Livre" e fazendo um gesto de "L" com a mão.

Estadão
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