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Projeto oferece cursos de idiomas com professores refugiados

“O Abraço Cultural me ajuda a mudar a ideia errada que muitos têm sobre meus país", diz professor sírio

5 abr 2017 - 14h16
(atualizado às 15h30)
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Já imaginou aprender diferentes línguas e culturas ao mesmo tempo em que ajuda alguém que está fugindo de uma guerra, por exemplo, e tentando recomeçar a vida?

Essa é a proposta do Abraço Cultural, um projeto social pioneiro e escola de idiomas que oferece em São Paulo e no Rio de Janeiro aulas de inglês, espanhol, francês e árabe ministradas por professores refugiados, vindos de diferentes lugares, como Síria, Congo e Haiti.

O projeto 'Abraço Cultural' foi criado com o objetivo de inserir refugiados ao mercado de trabalho em São Paulo, além de apoia-los na integração à sociedade local
O projeto 'Abraço Cultural' foi criado com o objetivo de inserir refugiados ao mercado de trabalho em São Paulo, além de apoia-los na integração à sociedade local
Foto: Divulgação/Abraço Cultural

Iniciativa da plataforma Atados - que em 2014 juntou alguns voluntários para trabalhar com a causa do refúgio durante a 1ª Copa do Mundo dos Refugiados -, o projeto nasceu oficialmente em 2015 com o objetivo de ser uma forma de inserção no mercado de trabalho e geração de renda para os refugiados, além de facilitador da integração deles na cidade de São Paulo.

“Percebemos que isso aumentaria o contato dos imigrantes com brasileiros, incentivando trocas culturais e desconstruindo possíveis preconceitos de ambas as partes”, explica Carolina Teixeira, coordenadora-geral do projeto. “No Abraço Cultural, os refugiados não ensinam apenas as línguas, mas também parte de suas cultura, músicas, gastronomias e histórias”.

Depois de enfrentar o desafio de capacitar os refugiados que nunca tinham dado aulas de idioma – ainda que muitos deles falassem mais de três línguas -, e encontrar um lugar que recebesse o projeto, os cursos foram lançados e contaram com mais de 500 inscritos, apesar do esperado ser de menos de 50 alunos.

Com o tempo, a escola foi ficando mais profissional e tem se mostrado cada vez mais completa e adequada às expectativas das pessoas que querem aprender um novo idioma ao mesmo tempo em que contam com o diferencial da troca de culturas e respeito ao diferente. Mais de 1.500 alunos já passaram pelo Abraço que capacitou mais de 70 professores, sendo 41 deles contratados.

Os alunos do projeto 'Abraço Cultural' têm a chance de aprender mais do que uma língua estrangeira: com professores nativos de países como Síria, Congo e Haiti, o estudante aprende sobre cultura, história, gastronomia e música
Os alunos do projeto 'Abraço Cultural' têm a chance de aprender mais do que uma língua estrangeira: com professores nativos de países como Síria, Congo e Haiti, o estudante aprende sobre cultura, história, gastronomia e música
Foto: Divulgação/Abraço Cultural

Atualmente, o projeto que fica localizado no bairro de Pinheiros conta com 15 professores. Há também uma unidade no Rio de Janeiro que tem 8 professores. Ao todo, são 84 turmas de alunos.

“O Abraço Cultural me ajuda a apresentar meu país e minha cultura para as pessoas; me ajuda a mudar mudar a ideia errada que muitos têm sobre meu país. Ele também me apresentou outras culturas. Com o Abraço, vieram amigos que se tornaram minha família no Brasil”, afirma o professor Ali Jeratli, de 29 anos, que é proveniente da Síria e dá aulas de árabe. “Meu plano é conseguir mais alunos de árabe até chegar um dia em que maioria dos brasileiros falem minha língua. E também quero trazer minha família para o Brasil em breve”.

“O Abraço Cultural me ajuda a apresentar meu país e minha cultura para as pessoas; me ajuda a mudar mudar a ideia errada que muitos têm sobre meu país", diz o professor sírio Ali Jeratli, de 29 anos
“O Abraço Cultural me ajuda a apresentar meu país e minha cultura para as pessoas; me ajuda a mudar mudar a ideia errada que muitos têm sobre meu país", diz o professor sírio Ali Jeratli, de 29 anos
Foto: Divulgação/Abraço Cultural

Segundo semestre terá cursos para crianças

O Abraço Cultural está ampliando seu público e no segundo semestre vai oferecer cursos para crianças de 8 até 12 anos que terão a oportunidade de aprender um novo idioma por meio de atividade lúdicas com os professores refugiados que, vindos de diversos lugares do mundo, podem garantir ao aluno uma educação mais cidadã desde pequeno.

Além disso, o Abraço realiza festas, saraus e aulas culturais regularmente. Na próxima sexta-feira, 7 de abril, a partir das 19h, o projeto vai promover o primeiro “Happy Hour Muticultural” de 2017 para celebrar a diversidade cultural e reunir refugiados e migrantes de países como Síria, Haiti, Chile. Costa do Marfim e Paquistão. Aberto ao público e com entrada grátis, a noite terá música chilena, com a banda Resostenido (https://www.facebook.com/Resostenidomusica/), oficina de turbante com uma professora haitiana, artesanato paquistanês e marfinense, comida síria e paquistanesa e drinks latinos.

Mais informações e preços no site: abracocultural.com.br

E na página do Facebook: facebook.com/abcultural

Vovós aprendem a ler e escrever em vilarejo na Índia:
Fonte: Redação Terra
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