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MEC chama 11 reitores para discutir situação de cursos de medicina

Reunião na quarta-feira vai tratar das dificuldades enfrentadas por universidades federais para manter cursos de medicina

25 jun 2013 - 17h57
(atualizado em 27/6/2013 às 08h54)
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Alunos de medicina da UFSCar ficaram 82 dias em greve para protestar contra a falta de estrutura do curso criado há sete anos
Alunos de medicina da UFSCar ficaram 82 dias em greve para protestar contra a falta de estrutura do curso criado há sete anos
Foto: Divulgação

O Ministério da Educação (MEC) confirmou no final da tarde desta terça-feira que fará uma reunião com os 11 reitores de universidades federais que não contam com a estrutura de hospitais. Segundo a assessoria da pasta,  o encontro com o secretário de Educação Superior, Paulo Speller, tem como finalidade discutir propostas para a melhoria dos cursos.

Em reportagem publicada hoje, o Terra mostrou que as instituições prometem cancelar a abertura de novas vagas a partir de 2014 e até fechar cursos  no futuro caso o governo não tome providências urgentes para garantir a qualidade da formação. A pior situação é a da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior de São Paulo, onde os alunos do terceiro e do quarto ano de medicina estão sem aulas práticas há mais de 100 dias por falta de preceptores (médicos responsáveis por acompanhar os alunos durante as aulas práticas nas unidades de saúde). 

Os coordenadores dos cursos apresentaram um documento ao MEC com propostas para a solução imediata dos problemas. Entre elas está a criação de uma carreira para preceptores, substituindo as bolsas de R$ 1 mil por um salário fixo, com remuneração maior. Outra sugestão é o estímulo para que profissionais da área médica atuem como professores nas universidades do interior do País. A ideia é criar uma espécie de bolsa, no valor mensal de R$ 8 mil por um período de dois anos, que incentive a fixação dos docentes em regime de tempo integral, complementando o valor do salário.

Outra proposta é que o Ministério da Saúde, articulado com o MEC, defina um subsídio extra para as unidades de saúde que oferecem estágio aos estudantes das universidades públicas.

O reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho, disse nesta tarde que o curso de medicina enfrenta "sérios riscos", mas garantiu que a universidade e o MEC estão trabalhando para resolver todos os problemas, que ainda dependem da colaboração da administração municipal. "Acredito que vamos conseguir solucionar os problemas sem precisar cancelar novas vagas", justificou.

Targino, que também é presidente da Comissão de Reitores das Instituições Federais com Cursos de Medicina sem Hospital, negou que exista uma falta de empenho do governo federal em resolver os problemas e disse que a maior dificuldade enfrentada pelas universidades está na relação com as prefeituras, já que os cursos sem hospital próprio dependem da articulação política com prefeitos para que os alunos possam fazer suas aulas práticas na rede de saúde das cidades.

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Ele afirmou que a antiga administração municipal de São Carlos - a prefeitura era comandada pelo PT - tinha maior empenho do que a atual em garantir a parceria com a universidade. Segundo Targino, o hospital municipal que é usado pelos alunos da UFSCar corre o risco de paralisar as atividades na próxima semana porque a prefeitura não repassou as verbas - cerca de R$ 350 mil - necessárias para a manutenção da estrutura. Segundo ele, os recursos provenientes do governo federal estão em dia.

O reitor também disse que outros municípios da região já demonstraram interesse em receber os alunos da UFSCar em seus sistemas de saúde, o que pode ser uma solução caso não haja acordo com a prefeitura. As aulas para estudantes do 3º e do 4º ano, que estão paralisadas desde março, devem ser retomadas no começo de julho, e as atividades práticas devem reiniciar dentro de um mês. Até lá, a universidade tenta solucionar o impasse. 

O Terra entrou em contato com a prefeitura de São Carlos, que informou que não irá se pronunciar sobre os problemas. 

Fonte: Terra
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