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Jornal: manobra do governo eleva números do 'Ciência Sem Fronteiras'

23 abr 2013 - 03h58
(atualizado às 03h58)
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Há pelo menos um mês e meio, o Ministério da Educação passou a computar entre os alunos do Ciência sem Fronteiras, programa de estudo no exterior, os bolsistas regulares da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão de incentivo à pesquisa, segundo informações publicadas na Folha de S. Paulo desta terça-feira. De acordo com a publicação, na última sexta-feira, a Capes informou seus bolsistas que eles seriam oficialmente migrados para o Ciência sem Fronteiras se fossem "elegíveis", isto é, se estivessem dentro dos critérios de seleção do programa. No comunicado, a migração é justificada para "fins operacionais", "com o objetivo de oferecer isonomia no tratamento dispensado aos seus beneficiários".

As bolsas regulares da Capes e o Ciência sem Fronteiras oferecem remuneração semelhante, mas a seleção e a aceitação internacional são diferentes. Segundo a Folha, parte expressiva das 19.601 bolsas implementadas pelo Ciência sem Fronteiras até agora pode ser de alunos que não foram selecionados por meio dele. Como exemplo, o jornal, ao cruzar dados, estima que, em 2012, foram 280 aprovados no programa regular de doutorado fora do país. Pelo menos 60 desses estudantes constavam da lista de bolsistas do Ciência sem Fronteiras sem que estivessem efetivamente dentro dele. Alguns dos estudantes ouvidos pela publicação relataram ter questionado a Capes por e-mail. Eles receberam como resposta que a manobra é "para dar estatística" e cumprir "metas do governo federal".

Fonte: Terra
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