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Como ter repertório e bagagem cultural para a redação do Enem e vestibular? Estudantes respondem

Candidatos com notas acima de 900 explicam que tipo de conteúdo consumir para ir bem nas provas e conseguir a aprovação para a faculdade

26 set 2025 - 06h11
(atualizado às 23h55)
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Ainda no 2.º ano do ensino médio, Giulia da Silva Cerulio tirou 940 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja nota máxima é 1.000. Guilherme Grandolfo, ainda no 2º ano e como treineiro no exame, também teve uma nota excelente na redação: 960. Já Luísa Jacomo, no segundo ano de cursinho, conseguiu a nota máxima da redação da Fuvest, de 50 pontos. Em comum, todos eles destacam os esforços para construir uma base sólida de repertório e bagagem cultural.

A redação é uma prova importante para os vestibulandos, já que algumas faculdades que usam a nota do Enem como porta de entrada colocam uma pontuação maior para a produção textual. Na Fuvest, por sua vez, a redação equivale a 25% da nota da segunda fase.

Giulia usou conceitos das autoras brasileiras Conceição Evaristo e Djamila Ribeiro, e recursos históricos aprendidos nas aulas de História para refletir sobre a escravidão.

"Conceição Evaristo é uma autora brasileira negra que fala sobre a pauta feminista e sobre a pauta negra no Brasil, então foi super produtivo pra mim, já que o tema era a preservação da herança africana no território brasileiro", conta. "E também utilizei o conceito de lugar de fala, da Djamila Ribeiro".

Já Luísa usou como referências principais conceitos do ambientalista e filósofo brasileiro Ailton Krenak e o livro Nós uma antologia indígena (2021), de Maurício Negro, para a redação cujo tema era As relações sociais por meio da solidariedade.

"Como tenho muito interesse por essa perspectiva da literatura indígena, eu trouxe tanto Ailton Krenak quanto uma antologia de contos que chama Nós: uma antologia indígena para desenvolver o tema contrapondo as questões de solidariedade e falei da pandemia também, que a gente podia ver como a solidariedade afetou nossas relações sociais naquele momento", lembra a estudante.

Ela fala da importância de ler a lista de obras obrigatórias de outros vestibulares. Inclusive, ela conheceu o trabalho de Ailton Krenak por meio da lista de obras da Unicamp. "Talvez se eu não tivesse tido essa oportunidade de ter contato com outra lista, eu não teria o repertório que eu precisei no vestibular que eu passei de fato (Fuvest, da USP) e que eu estou aqui hoje fazendo faculdade", conta.

Como recomendação, ela cita os podcasts que ela mais ouvia durante a preparação para o vestibular: Rádio Escafandro, Ciência Suja e Mamilos, para consumir conteúdos dos mais diversos temas.

Giulia, por sua vez, deixa como indicação o premiado filme brasileiro Ainda Estou Aqui (2024), de Walter Salles, que trata "de um período marcante da história brasileira, a ditadura militar". Para ela, filmes como esse são "essenciais para a construção de uma visão crítica sobre os problemas do País", e lembra que os temas da redação do Enem se baseiam em problemáticas brasileiras.

Estadão
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