PUBLICIDADE

Deixar colégios parecidos com prisões não resolve problema, diz Sou da Paz

Segundo o instituto, evidências mostram que investimento apenas em medidas de segurança não são eficientes

12 abr 2023 - 16h15
(atualizado às 16h59)
Compartilhar
Exibir comentários
O para o instituto, a experiência americana com o problema mostra que apenas segurança armada não resolveria a questão
O para o instituto, a experiência americana com o problema mostra que apenas segurança armada não resolveria a questão
Foto: Paula Fróes GOVBA / Latin American News Agency via Reuters Connect

A adoção de medidas de segurança que tornem as escolas parecidas com prisões, como contratação de seguranças armados ou detectores de metal, não resolve a escalada de ataques no País. Isso é o que diz nota publicada nesta quarta-feira, 12, pelo Instituto Sou da Paz, referência em estudos de segurança pública.

No início desta semana, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), anunciou que vai colocar pelo menos um policial armado em cada uma das 1.053 escolas da rede estadual de ensino. A medida foi sinalizada após um ataque à creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, ter deixado quatro crianças mortas.

O Sou da Paz se solidarizou com as vítimas, mas disse que "as evidências mostram que as iniciativas que direcionam investimento apenas em mais segurança dentro das escolas não funcionam". A nota cita, como parâmetro, o massacre de Columbine (1999), que deixou 15 mortos. O massacre é considerado um dos mais emblemáticos até hoje.

"A partir dele, o país (Estados Unidos) realizou uma série de medidas, como colocar detector de metais, portas reforçadas e câmeras de segurança com reconhecimento facial, além de policiais armados em escolas", diz o documento. "Mas elas não foram suficientes para diminuir o número de casos violentos."

Prova disso, continua o instituto, é que Parkland e Santa Fé tinham policiais armados dentro dos ambientes escolares em 2018, mas os agentes não foram capazes de impedir massacres que ocorreram naquele ano e que deixaram 17 e 10 mortos, respectivamente, em cada uma dessas cidades.

"Trazer um grande aparato de segurança que torne as escolas parecidas com prisões não resolve. O principal investimento deve ser em identificar conflitos, bullying e lidar com eles, fortalecendo a estrutura escolar e a capacidade dos professores e equipe técnica para isso, além de trazer apoio para a saúde mental dos trabalhadores e estudantes", diz a nota.

Como pais e alunos devem lidar com a divulgação de ameaças nas redes
  • Ataque a escolas: pânico e deixar de ir à aula não vão resolver problema
  • Governo cria canal para receber informações; veja como denunciar
  • Colégios e faculdades orientam sobre como agir diante de supostas ameaças
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade