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Aproximadamente 2.800 adolescentes
cumprem medidas socioeducativas no Rio. Oitocentos
estão internados nas cinco instituições
de regime fechado. Os outros participam de atividades
nos Centros de Recursos Integrados e Atendimento ao
Menor.
A João Luís Alves é uma escola
modelo, com 120 internos, na qual os jovens, de 12
a 15 anos, são divididos por idade, porte físico
e gravidade das infrações. Têm
aulas, oficinas profissionalizantes, campo de futebol,
piscina e aprendem a lidar com computadores.
Perto da escola, está uma realidade completamente
diferente: a do Instituto Santo Expedito, para maiores
de 16 anos, que fica no complexo penintenciário
de Bangu, de segurança máxima. Em maio,
uma rebelião ali matou um interno. O local,
com capacidade para 160 internos, tem 340.
Os internos do Santo Expedito não têm
contato com os da Escola João Luís Alves.
Ocupam salas e celas separadas e fazem atividades
em horários diferentes. Lá, sobram problemas.
Na última terça-feira, um grupo de detentos
conseguiu fazer entrar no instituto duas armas e uma
granada e fugiu.
Outro vizinho da João Luís Alves, o
Instituto Padre Severino, é o local de triagem
dos infratores, onde os garotos não passam
mais de 45 dias. Também já teve sérios
problemas de superlotação e rebeliões.
A pior delas ocorreu no réveillon de 1997.
No incêndio provocado pelos internos, 6 garotos
morreram e 40 ficaram feridos.
Meses depois, uma nova rebelião destruiu o
ambulatório e outras salas. No ano passado,
o diretor Paulo Roberto Souza foi acusado de assédio
sexual e de ser encontrado seminu com um garoto de
16 anos. Há dois meses, o novo diretor, Peter
da Costa, encontrou 237 internos num local com capacidade
para 160.
Redação
Terra / O Estado de S. Paulo
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