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FÓRUM
Os direitos das crianças e dos adolescentes são cumpridos como prevê o Estatuto?

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Projeto em SP se inspira em ficção para ajudar menores

Na obra do escritor Miguel de Cervantes, Quixote é um fidalgo ingênuo e sonhador, que enfrenta moinhos de vento como se fossem dragões e sempre defende os fracos e oprimidos. Na vida real paulistana, a ficção serviu de inpiração para um projeto que atende meninos e meninas em situação de risco social.

A coincidência tem motivo. "Ao olharmos as crianças e adolescentes nas ruas, podemos ver verdadeiros quixotinhos, que saem da periferia para o centro e vivem de aventura em aventura, até que entram em contato com a droga e a violência", compara o psiquiatra e coordenador do projeto, Auro Danny Lescher.

Criado em 1996, o programa é uma parceira entre a Universidade Federal de São Paulo e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Em 1999, recebeu o Prêmio Criança, concedido pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. Sua estratégia é acolher adolescentes e buscar alternativas para problemas graves que os envolvem. O projeto também propõe um trabalho com as famílias e a comunidade.

"Hoje, praticamente 90% das crianças e jovens em situação de rua já tiveram contato com drogas", alerta Lescher. "Nessa população, a droga é um sintoma da situação de opressão." Para o psiquiatra, o jovem sempre grita, por meio da droga e da violência. "A sociedade tem duas alternativas: ou opta por calar esse grito, construindo Febens e reduzindo a idade penal, ou ouve o grito e faz um trabalho educativo."

Lescher compara a situação com a vivida há 20 anos, com o surgimento da aids. "Quando a doença começou, os primeiros dez anos foram gastos para a sociedade mudar o modo de lidar com a questão e concluir que devia investir na prevenção."

Cerca de 1.200 meninos e meninas passaram pelo projeto, cuja sede tem o nome de Moinho. Além de participarem de oficinas de percussão, teatro, hip-hop, informática e capoeira, recebem atendimento médico, psicológico e jurídico. Os profissionais fazem oficinas com as crianças que circulam em Ana Rosa e na Favela do Sapé.

Redação Terra / O Estado de S. Paulo

 
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