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A Comunidade de Atendimento
Sócio-Educativo (Case) da Bahia vem provando
ser possível resolver o problema do menor que
comete delitos, de uma forma criativa e eficiente.
Os garotos recebem educação regular
e freqüentam cursos de profissionalização
de padaria, artefato de cimento, horticultura, informática,
serigrafia, artes gráficas e lapidação,
além de atividades artísticas e esportivas.
Mantido pela Secretaria do Trabalho e Ação
Social da Bahia, com apoio de diversas entidades,
é um dos projetos brasileiros mais elogiados
pelo Unicef.
Os menores vivem em ambiente de comunidade, em seis
casas na sede da Case, livres, mesmo num espaço
fechado. Dormem em quartos com capacidade para três
adolescentes e recebem tratamento médico e
odontológico. O ambiente e o tratamento em
nada lembram a maioria dos explosivos presídios
para adolescentes infratores do Brasil.
"Vou sair daqui com uma profissão, podendo
mostrar lá fora o que aprendi", diz F.S.B.S,
de 15 anos, que cumpre pena por furto. Ele afirma
que o bom tratamento que recebe o leva a refletir
sobre as "coisas erradas" feitas no passado
e a possibilidade de uma nova vida, longe das ruas,
das drogas e da violência.
F.S.B.S. é um dos 86 adolescentes que moram
na Case, cuidados por 33 orientadores. "Os garotos
participam no processo de educação e
na vida comunitária e é gratificante
ver a evolução deles como cidadãos",
diz Carlos Alberto Ferreira da Silva, diretor do projeto,
que completou dois anos no mês passado.O projeto
completou dois anos no mês passado e já
comercializa alface, tempero verde e pimentão,
produzidos na horta comunitária dos garotos,
por meio de convênio com a Central de Abastecimento
de Salvador (Ceasa). Mas a Case quer ampliar a produção
e venda de produtos, visando a auto-sustentação
do projeto. A Secretaria da Ação Social
requisitou recentemente ao Ministério da Justiça
recursos para a aquisição de equipamentos
com os quais os menores vão aprender a fabricar
vassoras, sandálias e doces.
Redação
Terra / O Estado de S. Paulo
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