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Coronavírus

Secretária do Tesouro dos EUA diz que país deve voltar ao pleno emprego em 2022

Segundo Janet Yellen, medidas como o combate à pandemia e o oferecimento de auxílio à população mais pobre, por meio do pacote de estímulos de US$ 2 trilhões, irão ajudar na retomada econômica dos Estados Unidos

6 abr 2021 - 19h21
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WASHINGTON - Em sua estreia como secretária do Tesouro do governo Joe Biden no encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional, Janet Yellen disse que o país deve voltar ao pleno emprego em 2022, graças ao combate à pandemia e ao oferecimento de auxílio à população mais pobre.

"Decidimos fazer algo grande", disse Yellen, sobre o novo pacote de auxílio aprovado pelos EUA este ano, de quase US$ 2 trilhões de socorro econômico a famílias e empresas. A rodada de estímulo foi a terceira aprovada desde o início da pandemia. "Porque pensamos que há riscos de graves cicatrizes se permitirmos desemprego de longa duração", disse. "Esperamos uma recuperação rápida. Estou esperançosa de que estaremos de volta ao pleno emprego no próximo ano", afirmou em painel ao lado da diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, mediado pelo presidente do Banco Mundial, David Malpass.

Os três defenderam o combate à pandemia, com vacinação e controle da propagação do vírus, como a mais importante medida de estímulo econômico no mundo. "Domesticamente, estamos nos concentrando na pandemia e tentando promover vacinação, testes, rastreamento de contatos para mantê-la sob controle, porque reconhecemos que, para os Estados Unidos e para o mundo como um todo, a pandemia realmente é o que vai dar a ordem em termos de como a economia está", disse a secretária do Tesouro americano.

Kristalina saudou cientistas pela criação da "vacina em tempo recorde". "Devemos a eles a garantia de que todos tenham acesso à vacina. Não há política econômica mais importante hoje do que fazer exatamente isso", afirmou, ao cobrar novamente a melhor distribuição de vacinas entre países ricos e pobres.

A chefe do FMI também voltou a alertar para os riscos de uma retomada econômica desigual, conforme o fundo apontou no seu relatório econômico divulgado nesta terça-feira. "O que vemos hoje? A economia mundial está em uma base mais sólida. A recuperação está progredindo e, na verdade, as ações tomadas pelos Estados Unidos para aumentar as perspectivas de recuperação interna estão ajudando o mundo todo. Estamos atualizando nossas projeções para o ano, mas as fortunas econômicas dentro dos países e entre os países estão divergindo perigosamente", disse.

A Secretária do Tesouro americano respondeu, então, que países desenvolvidos devem ter responsabilidade e trabalhar para que "décadas de progresso no combate à pobreza" e na "tentativa de fechar abismos de renda entre países ricos e pobres" não sejam revertidas em razão da pandemia. "Precisamos fornecer um pacote de recursos que suas organizações (FMI e Banco Mundial) possam usar para ajudar os países em desenvolvimento, países de baixa renda", afirmou Yellen.

A representante do governo Biden falou também sobre políticas para conter as mudanças climáticas, um pilar do governo do novo presidente americano. "Biden vai propor um pacote de investimentos em infraestrutura e mudanças climáticas para garantir que façamos nossa própria contribuição doméstica para cumprir os objetivos do Acordo de Paris. E contamos com você para garantir que os recursos necessários para o desenvolvimento e financiamento verdes sejam transferidos para os países em desenvolvimento que realmente precisam desses recursos", disse.

Estadão
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