PUBLICIDADE

Coronavírus

Capitais suspendem aplicação da 1ª dose da vacina contra a covid-19 por falta de imunizantes

À espera de repasses, cidades concentram campanha em quem precisa receber reforço

22 jun 2021 - 12h18
(atualizado às 17h14)
Compartilhar
Exibir comentários

SÃO PAULO - Aracaju (Sergipe), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Florianópolis (Santa Catarina) e João Pessoa (Paraíba) suspenderam a aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 nesta terça-feira, 22. À espera de novos lotes, concentram as campanhas de vacinação na segunda dose.

Em São Paulo, a vacinação foi totalmente suspensa e deve ser retomada na quarta-feira, 23. A mudança no planejamento ocorre um dia após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer que todos os adultos receberão a primeira dose do imunizante contra o coronavírus até setembro.

As outras 21 capitais e o Distrito Federal aplicam a vacina normalmente. Em Belo Horizonte (Minas Gerais), porém, a prefeitura informou por meio da Secretaria Municipal de Saúde que pretendia ampliar a vacinação por faixas etárias e para lactantes, o que não será possível devido ao quantitativo disponibilizado ao município.

São Paulo

A suspensão da vacinação em São Paulo ocorre após centenas de postos de vacinação ficarem desabastecidos na segunda-feira, 21. A ausência de imunizantes, que já tinha sido notada em menor escala ao longo do fim de semana, interrompeu parcialmente a aplicação no dia destinado à repescagem de pessoas entre 50 e 59 anos.

O esgotamento foi justificado em razão da "alta adesão" dessa faixa etária que, segundo a Prefeitura, foi 93% vacinada. Em entrevista à rádio Eldorado, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, informou que os pontos de vacinação estão sendo reabastecidos. Na quarta-feira, 23, a cidade prevê retomar a vacinação para pessoas de 49 anos e para as segundas doses. A suspensão, segundo Aparecido, não vai atrasar o calendário de vacinação.

Aracaju

Acima do esperado, a quantidade de pessoas vacinadas nesse fim de semana levou à suspensão da primeira dose em Aracaju, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A medida afeta a partir desta terça-feira, 22, a imunização de pessoas com 39 e 38 anos. A vacinação está suspensa até a chegada de novas doses, ainda sem previsão para ocorrer.

No domingo, 21, a capital de Sergipe recebeu um novo lote destinado somente à segunda aplicação. Com isso, anunciou que pessoas com a segunda dose do imunizante AstraZeneca agendada até dia 30 de junho poderão antecipar a vacinação.

Campo Grande

Desde segunda-feira, 21, a vacinação em Campo Grande é exclusiva para a aplicação da segunda dose dos imunizantes Astrazeneca e Coronavac. A expectativa do município é concluir o ciclo vacinal de ao menos 6 mil pessoas que estão dentro do período recomendado para receber a segunda dose. Só depois será reaberta a vacinação da primeira dose para pessoas acima de 45 anos. A cidade optou ainda por antecipar o reforço vacinal da Astrazeneca de 90 para 60 dias a fim de ampliar a cobertura.

Na capital do Mato Grosso do Sul, a imunização chegou a ser suspensa por cinco dias na última semana após a indisponibilidade de vacinas. No domingo, 20, o município recebeu aproximadamente 33 mil doses do Ministério da Saúde. A recomendação é que toda a remessa seja utilizada para concluir o esquema de vacinação de quem recebeu a primeira dose nos últimos três meses.

João Pessoa

Na capital da Paraíba, a campanha de imunização se concentra na aplicação da segunda dose dos imunizantes AstraZeneca e da Coronavac. O público-alvo é quem já tomou a primeira dose em ao menos 90 e 28 dias, respectivamente. A prefeitura aguarda um novo lote de vacinas para retomar a aplicação da primeira dose.

Florianópolis

Logo após anunciar o início da vacinação para gestantes, lactantes e para o público de 50 e 51 anos, para o último fim de semana, a prefeitura de Florianópolis suspendeu, nesta terça-feira, 22, a aplicação de primeiras doses no município por falta de imunizantes. As 8.658 doses distribuídas pelo governo do Estado na sexta-feira, 18, esgotaram rapidamente e não há previsão de novas remessas.

Quem procurou os pontos de vacinação foi orientado a retornar para casa sem previsão de ser vacinado. Apenas quem já tomou a primeira dose e tem 67 anos ou mais, ou aqueles que já cumpriram o prazo para receber nova dose, estão sendo vacinados.

A prefeitura de Florianópolis informou que há pouco mais de 150 primeiras doses em estoque, que serão asseguradas para lactantes, gestantes e puérperas. "Para avançar na vacinação, aguardamos a chegada de novas doses de vacina contra covid-19", informou o município.

"No sábado a informação era de que a vacinação de 50 anos estaria aberta, mas, quando fui me vacinar na segunda não tinha mais disponível", disse a jornalista Míriam Santini de Abreu, 50 anos, que agora não tem previsão para ser vacinada.

A Vigilância Epidemiológica do Estado, que controla a distribuição das doses, afirmou que "os municípios estão avançando as faixas etárias, o que gera uma grande procura da população" e também aguarda novas doses do Ministério da Saúde, em nota enviada à reportagem.

Mesmo sem sinalização de quando receberá novas doses, os planos do governo do Estado continuam projetados para, até o fim do mês de junho, realizar a vacinação para pessoas com 50 anos ou mais.

Florianópolis aplicou 273 mil doses de imunizantes desde o início da campanha de vacinação contra a covid-19, no entanto, cerca de 75% dessas pessoas ainda aguardam a aplicação da segunda dose. Pelo menos 206,9 mil tomaram a primeira dose na cidade e 66,6 mil a segunda. A última entrega de vacinas ao município, na sexta-feira da semana passada, continha 8.658 doses, que rapidamente foram aplicadas. Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiológica.

No Estado, as doses disponíveis também dão sinais de esgotamento de estoque. Dados da distribuição da vacina, do governo federal, mostram que o estado já consumiu 3,1 milhões das 3,4 milhões de doses enviadas. Em Santa Catarina, 76% dos vacinados receberam a primeira dose, o que representa 2,3 milhões de pessoas, dessas, 778 mil foram completamente imunizadas, o que representa 10% da população catarinense. /COLABOROU FÁBIO BISPO, ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade