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Cola nos olhos pode provocar queimaduras, lesões na córnea e até cegueira

Caso recente de menina de 2 anos que colou o olho em Brasília chama a atenção para risco de incidente com substância

21 jun 2022 - 18h33
(atualizado às 18h42)
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Criança de 2 anos cola o olho com cola instantânea
Criança de 2 anos cola o olho com cola instantânea
Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução Record TV

Incidentes acontecem, mas alguns podem ser perigosos para a saúde dos olhos. É o que acontece quando há contato da região com produtos químicos, como quando as pálpebras são grudadas com cola.

De acordo com o médico oftalmologista Roberto Pereira Lima, há risco de queimaduras, lesões na córnea, infecções e até cegueira. A conjuntiva, membrana responsável pela proteção e lubrificação ocular, também pode ser afetada. 

Essa preocupação ganhou o noticiário nesta semana, depois que uma menina de 2 anos teve o olho grudado com cola instantânea em Ceilândia, no Distrito Federal. A mãe da criança, Naiane de Souza, prestou os primeiros socorros em casa, com água corrente, e pediu ajuda ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A garota chegou a ser levada para o Hospital de Base do Distrito Federal, mas não conseguiu atendimento. Conforme relatou ao Metrópoles, a mãe foi orientada por uma funcionária do local a voltar para casa e lavar os olhos da filha com compressas de água morna e refrigerante de cola.

A situação aconteceu na quinta-feira, 16, e na manhã seguinte a família voltou a levar a menina para uma unidade de saúde, desta vez o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), já que ela não havia melhorado. Lá, os médicos teriam dito que não poderiam fazer nada pela criança. 

Em nota enviada ao Terra, o Instituto de Gestão de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), que administra o Hospital de Base, afirmou que a menina foi atendida na manhã desta terça, 21, para retirada de alguns cílios que permaneciam colados. Segundo a instituição, o procedimento não foi realizado na segunda, 20, porque a mãe alimentou a criança.

"(...) contrariando a orientação médica, o que impossibilitou a sedação da paciente para que o procedimento fosse feito", justificou.

Ainda segundo o instituto, o tratamento recomendado na primeira ida da família ao hospital garantiu que a menina não tivesse uma lesão ocular. Por esse motivo, ela não corre risco de perder a visão.

Cuidado com os olhos

O oftalmologista Roberto Pereira Lima
O oftalmologista Roberto Pereira Lima
Foto: Reprodução/Instagram/@clinicarpl

Na avaliação do oftalmologista Roberto Pereira Lima, casos como o da menina de Ceilândia devem ser tratados com internação imediata para avaliação clínica e laboratorial com um pediatra. O procedimento seria realizar um exame onde o oftalmologista promoveria, inicialmente, a limpeza e remoção cirúrgica da cola de toda a região das pálpebras e da fenda palpebral.

"A avaliação do processo inflamatório e a tomada da pressão intraocular são fundamentais. Um exame sob visão microscópica do globo ocular permitiria dimensionar a gravidade da eventual queimadura química e iniciar o tratamento medicamentoso adequado com colírios", acrescenta.

No pós-atendimento, o oftalmologista ainda recomenda exames oftalmológicos diários para acompanhar a evolução do quadro e evitar alguma lesão na córnea ou, em casos mais graves, a diminuição da visão.

Fonte: Redação Terra
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