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Bolsonaro diz que tendência é enviar Exército à Amazônia

Queimadas na floresta despertam preocupação de governos europeus e da comunidade científica

23 ago 2019 - 09h20
(atualizado às 09h48)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que a "tendência" é que o governo acione tropas do Exército para auxiliar no combate aos incêndios na região amazônica, o que ocorreria por meio de uma operação de Garantia de Lei e da Ordem (GLO).

"É uma tendência. A tendência é essa, a gente fecha agora de manhã", disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira, 23.

O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília
Foto: Adriano Machado / Reuters

Bolsonaro lembrou que organizou uma "reunião muito grande" no Planalto nesta quinta-feira, 22, para discutir a situação - oito ministros participaram do encontro.

"Discutimos muita coisa. O que estiver ao nosso alcance nós faremos", declarou o presidente.

Em seguida, questionado por jornalistas se isso contemplaria liberação de recursos, ele disse que "o problema é recurso".

Na noite de quinta, o governo publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) despacho que determina que todos os ministros adotem "medidas necessárias para o levantamento e o combate a focos de incêndio na região da Amazônia Legal para a preservação e a defesa da Floresta Amazônica".

As queimadas recordes na região amazônica vêm despertando forte preocupação dos governos europeus e da comunidade científica, com ampla divulgação negativa sobre o governo Bolsonaro.

A crise se intensificou após o presidente francês, Emmanuel Macron, falar em "crise internacional" a ser discutida pelo G-7, o grupo das nações mais ricas. Bolsonaro rebateu e disse que a sugestão "evoca mentalidade descabida no século 21". O presidente brasileiro ressaltou que o governo já está tratando do "crime" na área.

Ibama autoriza contratação de brigadas federais

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) a contratar brigadas federais para atuar em mais de 60 municípios de Estados da região amazônica atingidos por queimadas. A portaria com a decisão está publicada no DOU desta sexta e também libera a contratação desses profissionais para atuar em incêndios florestais em cidades de outros Estados do País.

A decisão levou em conta o estado de emergência ambiental reconhecido em abril pelo Ministério de Meio Ambiente nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima e Tocantins.

De acordo com a portaria, a seleção das áreas críticas foi feita pelo Prevfogo, com base em critérios técnicos como: as detecções de focos de calor registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no período de 2013 a 2018; a presença de unidades de conservação federais, de terras indígenas e de projetos de assentamento rurais; e a cobertura de remanescentes florestais.

O Centro Especializado Prevfogo será responsável pela seleção, contratação, administração e gerenciamento das atividades das brigadas, "para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público".

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