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Livro de 1543 ensina anatomia em ilustrações exuberantes

Obra de forte ambição científica garantiu ao médico Andreas Vesalius um lugar na corte do Sacro Império Romano-Germânico, no século 16

2 dez 2014 - 16h21
(atualizado às 16h28)
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Publicado há quase 500 anos, o livro médico de Andreas Vesalius, De humani corporis fabrica, ocupa um local importante na história da ciência por sua precisão e riqueza de detalhes.

As ilustrações intricadas, diferentes do que era feito na época, aparecem ao lado de textos detalhados que tentavam mudar a maneira como os corpos humanos eram dissecados após a morte.

A Biblioteca da Universidade de Cambridge tem cópias preservadas do Fabrica, o livro principal, e do Epitome, uma versão condensada que o acompanhava. As duas publicações ajudaram Vesalius a fazer sucesso na corte do Sacro Império Romano-Germânico no século 16.

As imagens nítidas e profundas da anatomia humana criadas por Vesalius sobreviveram aos séculos. O papel é resistente, feito de polpa de linho. As ilustrações de veias e órgãos permaneceram em boas condições porque os editores do livro reforçaram as imagens frontais das páginas colando antigos manuscritos atrás delas.

Livros anteriores do tipo eram menores e tinham imagens mais grosseiras. Mas estas ilustrações, feitas em 1543, eram diferentes de tudo o que existira anteriormente.

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge

Publicado em 1543, o livro médico de Andreas Vesalius, 'De humani corporis fabrica', ocupa um local importante na história da ciência por sua precisão e riqueza de detalhes

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge

As ilustrações intrincadas, diferentes do que era feito na época, aparecem ao lado de textos detalhados que se propunham a mudar a maneira como os corpos humanos eram dissecados após a morte

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge
A Biblioteca da Universidade de Cambridge tem cópias preservadas do 'Fabrica', o livro principal, e do 'Epitome', uma versão condensada que o acompanhava. As duas publicações ajudaram Vesalius a fazer sucesso na corte do Sacro Império Romano-Germânico no século 16

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge
O "Epitome" tem inovações impressionantes para a época, como esse manequim de papel em camadas do corpo humano - um tipo de ilustração pop-up que se popularizaria no século 18 em livros infantis

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge
As imagens nítidas e profundas da anatomia humana criadas por Vesalius sobreviveram aos séculos. O papel é resistente, feito de polpa de linho. As ilustrações de veias e órgãos permaneceram em boas condições porque os editores do livro reforçaram as imagens frontais das páginas colando antigos manuscritos atrás delas

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge
Estas são as duas imagens de capa do livro 'Fabrica' (Á esquerda) e do 'Epitome', mais colorido. elas são quase idênticas, exceto pelas cores na capa da direita, que mostram que Vesalius não tinha receio de chamar atenção. No topo da imagem há três doninhas, animais que aparecem no brasão de sua família. A palavra Vesalius é uma versão em latim do nome do animal.

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge

No meio da ilustração, o próprio Vesalius aparece dissecando o cadáver de uma mulher. é difícil perceber, mas uma de suas mãos aponta para cima, na direação de Deus. Personalidades clássicas e contemporâneas o rodeiam, como o médico e filósofo grego Galeno, que viveu no século 2º. ele aparece em vestimentas vermelhas e azuis. Acredita-se que Aristóteles seja a figura à direita, vestindo uma túnica marrom. A mensagem de Besalius era clara: seus talentos de dissecação eram tão impressionantes que até os antigos sábios o respeitavam.

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge

Livros anteriores do tipo eram menores e tonham imagens mais grosseiras, mas estas publicações eram diferentes de tudo o que existira anteriormente.

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge
Dentro do livro, Vesalius decidiu romper com a tendência entre os médicos da época e seguir os ensinamentos de Galeno, que viveu 1.200 anos antes. No início do século 16, a maioria das dissecações começava pelo estômago do cadáver, já que este era o primeiro órgão a apodreder. Mas Vesalius, assim como Galeno,a creditava mais na importãncia do esqueleto.

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge

Para ele, os ossos eram o alicerce do corpo, como as paredes de uma casa. Por isso, os livros têm ilustrações do esqueleto ricas em detalhes.

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge
Os artistas encarregados por Vesalius de ilustrar o livro eram talentosos. As imagens não eram desenhos ou gravuras e, sim, xilogravuras - que eram talhadas em blocos demadeira e depois impresas.

Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge
Esta série de esqueletos mostra o corpo humano em detalhe, com cada pose revelando como os músculos trabalham quando o corpo se move. Além da utilidade, as paisagens ao fundo indicam também uma preocupação artística.Buscando impressionar a realeza, Vesalius dedicou o livro 'De humani corporis fabrica' ao imperador Carlos 5º e o 'Epitome' a seu filho, Felipe 2º, o futuro rei da Espanha. ele entregou o livro ao imperador pessoalmente - o melhor currículo possível. Dentro de um ano, Vesalius estava empregado na corte. Sua habilidade profissional e enorme autoconfiança ajudaram a torná-lo conhecido.
Foto: Cortesia da Biblioteca da Universidade de Cambridge

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