Randolfe diz que substituição de Barroso será “decisão breve” e cita Pacheco e Jorge Messias
Líder do governo no Senado elogia trajetória do ministro do STF e afirma que Lula deve definir o sucessor em pouco tempo
O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, afirmou que a substituição do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal será decidida “em breve” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Barroso antecipou sua aposentadoria e já comunicou a decisão ao presidente e ao ministro Edson Fachin. Entre os nomes cotados para a vaga estão o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. A movimentação reacende articulações entre o Planalto e o Judiciário em torno da escolha do novo ministro do STF.
O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira, 9, que a substituição do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) deve ocorrer “em breve” e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já iniciou as conversas para a escolha do novo integrante da Corte.
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Barroso antecipou a aposentadoria e, segundo interlocutores, comunicou a decisão previamente ao presidente Lula. Antes da sessão do STF nesta quinta, o ministro também conversou com o presidente do tribunal, Edson Fachin.
“O presidente vai dialogar. A escolha é um ato unilateral do presidente da República. O presidente do Senado deverá conversar com o presidente da República nas próximas horas, e o presidente encontrará um nome à altura de Barroso”, afirmou Randolfe.
O senador elogiou o ministro que deixa a Corte, destacando o papel que exerceu ao longo de mais de uma década no Supremo.
“Barroso foi um homem público que cumpriu suas atribuições com enorme amor ao Brasil, dedicação e zelo à Justiça e aos brasileiros”, disse.
Randolfe ainda fez uma brincadeira durante a conversa com jornalistas, ao mencionar o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cotado por alguns aliados como possível escolha do Planalto.
“Acredito que será uma decisão breve. O presidente vai encontrar alguém à altura de Luiz Roberto Barroso. O presidente Pacheco é mais alto”, ironizou, referindo-se à estatura física do senador.
Apesar da piada, Randolfe reconheceu que o cenário envolve nomes de peso.
“É um quadro da maior competência. Reúne todas as condições. Há o nome do presidente Pacheco e também o do advogado-geral da União, Jorge Messias”, completou.
Corrida pela vaga no Supremo
Mesmo antes de Barroso comunicar oficialmente a aposentadoria, a corrida pela sucessão já movimentava o Planalto e o Judiciário. O tema dominou as conversas durante a posse do ministro Edson Fachin na presidência do STF, no último dia 29.
Segundo apurou o Estadão, entre os nomes mais comentados está o do advogado-geral da União, Jorge Messias, que ganhou pontos com Lula ao contratar, durante o governo anterior, um escritório nos Estados Unidos para defender os interesses do Brasil em meio à crise diplomática com o então presidente Donald Trump. A iniciativa, à época, causou desconforto no Itamaraty, que tradicionalmente assume esse tipo de negociação.
Outra possível candidata é a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha. Lula já elogiou a magistrada em eventos públicos e, segundo interlocutores, ficou bem impressionado com as posições firmes dela sobre crimes militares atribuídos a Jair Bolsonaro durante o período em que o ex-presidente planejava um golpe de Estado.
Escolha política e perfil técnico
A decisão de Barroso abre espaço para uma nova rodada de disputas internas entre alas do governo e do Judiciário. Lula, segundo assessores, deve buscar um nome de perfil técnico, mas com afinidade política suficiente para garantir estabilidade institucional entre os Poderes.
Como costuma ocorrer, o presidente da República é o responsável direto pela indicação, que precisa ser sabatinada e aprovada pelo Senado. A avaliação predominante entre parlamentares é de que Lula pretende agir com rapidez, para evitar que o processo se arraste em meio às tensões entre Executivo e Congresso.
Randolfe reforçou esse entendimento ao dizer que o governo “não pretende prolongar a discussão”. Segundo ele, a escolha deve ser conduzida com serenidade, mas sem demora.