Motta nega que tenha traído governo por derrubada do aumento do IOF
Presidente da Câmara também criticou polarização do “nós contra eles”
Hugo Motta, presidente da Câmara, negou traição ao governo na derrubada do aumento do IOF, criticou a polarização política e defendeu sua posição como servindo ao país, não a interesses partidários.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou nesta segunda-feira, 30, que tenha traído o governo na decisão do Congresso que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
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Motta classificou como "fake" a avaliação de que o Palácio do Planalto teria sido surpreendido com a inclusão e a votação da proposta de derrubada dos decretos na Câmara.
"Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento", disse Hugo Motta em um vídeo publicado nas redes sociais.
Na postagem, o presidente da Câmara também voltou a dizer que não atende a projetos políticos individuais e criticou a polarização do “nós contra eles”. "Presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido, tem que servir ao seu País".
Derrubada
Na última semana, o Congresso aprovou proposta que suspende os efeitos de três decretos editados pelo governo federal sobre o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Na Câmara, foram 383 votos para a derrubada do texto presidencial e outros 98 a favor da manutenção. O texto foi aprovado em seguida no Senado.
A alta do IOF foi inicialmente anunciada em 22 de maio, com previsão do governo de gerar arrecadação de R$ 61 bilhões em dois anos, sendo R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
Diante da forte reação de parlamentares e do setor empresarial, o governo recuou parcialmente. Em 11 de junho, o governo publicou a Medida Provisória 1303/25, tratando da tributação de investimentos, e novo decreto que reduziu as alíquotas inicialmente propostas, mas ainda manteve aumentos.
Mesmo diante do recuo, a pressão do mercado e de brasileiros levaram os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a concederem prazo para que o Executivo revisasse a medida. Como não foi revisada, o decreto foi derrubado.