Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Lula diz que Dilma está em “enrascada”, mas tem seu apoio

Em discurso em congresso da CUT, ex-presidente também cobrou ações do Planalto para derrubar projeto de lei da terceirização: "questão de honra da classe trabalhadora"

15 abr 2015 - 23h55
(atualizado em 15/4/2015 às 06h25)
Compartilhar
Exibir comentários
Lula discursa durante abertura do 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT, em Guarulhos
Lula discursa durante abertura do 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT, em Guarulhos
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula / Divulgação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de “enrascada” o momento vivido pela presidente Dilma Rousseff (PT), que enfrenta altos índices de rejeição e manifestantes que pedem seu impeachment. Lula, contudo, disse que a petista pode contar com o apoio dele e da classe trabalhadora, mas cobrou ações que evitem a aprovação do projeto de lei (PL) 4330, que permite a terceirização de todos as atividades de uma empresa, em discussão no Congresso Nacional.

“Dilma, conte conosco para qualquer coisa, mas, por favor, tente fazer com que o Congresso Nacional respeite as conquistas históricas da classe trabalhadora brasileira. É o mínimo que nós queremos que aconteça neste País”, disse Lula na cerimônia de abertura do 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na noite desta terça-feira, em Guarulhos (Grande São Paulo).

Em seu discurso, Lula criticou reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo que afirma que, segundo pesquisa feito pelo Instituto Datafolha, a rejeição a Dilma prejudica a sua imagem. De acordo com o ex-presidente, a petista pode ter a certeza de que pode contar sempre com o apoio da CUT e do PT. “A Dilma faz parte de um projeto. Nós fazemos parte de um projeto. Se esse projeto não der certo para a Dilma, não deu certo para nós”, declarou. “Agora, companheira Dilma, eu queria te dizer uma coisa. Se tem gente que vai para a rua para te defender e te ajudar a sair dessa enrascada que nós estamos, é essa gente aqui”, disse.

O ex-presidente voltou a dizer que militância não deve temer ou criticar os protestos contra o governo – como aqueles que ocorreram em 15 de março e 12 de abril –, mas condenou o excesso de “pessimismo” dos manifestantes. Ele também defendeu o ajuste fiscal prometido pelo governo e disse que um dia os opositores ainda vão agradecer Dilma “de joelhos” pelas medidas que tomou de combate à corrupção.

Terceirização

Para Lula, a derrubada do projeto de lei que regulamenta a terceirização é uma “questão de honra” para os trabalhadores.

“Não deixar aprovar o projeto de lei 4330 é uma questão de honra da classe trabalhadora. A CLT (consolidação das leis do trabalho), com todos os defeitos que tem nos seus 60 anos de existência, é uma conquista do povo brasileiro”, afirmou o ex-presidente, que ainda aproveitou para alfinetar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Nós não queremos que as empresas passem a utilizar quadro de mão de obra escrava, como no final do século passado. Porque a conquista que tivemos aqui foi com muita luta. Certamente o senhor Eduardo Cunha não sabe. Certamente outros deputados também não sabem. Temos que conversar com todos eles e mostrar efetivamente o que significa efetivamente a aprovação dessa lei”, disse Lula.

<p>Lula ao lado do ator e ativista norte-americano Danny Glover, que participa do congresso da CUT e se manifestou contra o PL da terceirização</p>
Lula ao lado do ator e ativista norte-americano Danny Glover, que participa do congresso da CUT e se manifestou contra o PL da terceirização
Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

O texto-base do PL 4330, que permite a terceirização de todos os setores de uma empresa, foi aprovado no último dia 8 na Câmara – foram 324 votos a favor, 137 contra e 2 abstenções. Na ocasião, PT, PCdoB e PSOL orientaram seus parlamentares e votar contra a proposta. Atualmente, apenas atividades secundárias, chamadas atividades-meio, podem ser terceirizadas – é o caso, por exemplo, de serviços de limpeza e segurança –, e o PL 4330 libera também a terceirização das atividades-fim.

A discussão foi retomada nesta terça-feira na Câmara, com a aprovação de um texto que impede a terceirização de atividades-fim em empresas estatais. A votação de outras mudanças propostas será retomada amanhã. Depois, o PL segue para aprovação no Senado e ainda terá que passar pela sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff (PT). 

A proposta é duramente criticada pelas centrais sindicais, que afirmam que a terceirização promove a precarização do trabalho, bem como o achatamento dos salários. Os empresários, por outro lado, argumentam que a regulamentação da terceirização é necessária para aumentar a competitividade. 

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade