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Política

Lula discursa na ONU pela 10ª vez; relembre discursos e saiba o que esperar para este ano

A comitiva brasileira foi para a 80ª Assembleia Geral da Organização da ONU, nos Estados Unidos, em meio a tensões com governo Trump

23 set 2025 - 04h59
(atualizado às 10h21)
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O presidente Lula apenas não compareceu na Assembleia Geral de 2010, quando estava focado na campanha eleitoral de Dilma
O presidente Lula apenas não compareceu na Assembleia Geral de 2010, quando estava focado na campanha eleitoral de Dilma
Foto: Ricardo Stuckert/PR

É a décima vez que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) – mas é a primeira com o Brasil imerso em uma crise diplomática com os Estados Unidos, onde o evento acontece. A 80ª edição do encontro contará com mais de 150 líderes internacionais e começará nesta terça-feira, 23. Lula será o responsável por abrir os discursos, seguindo a tradição do Brasil ser o primeiro Estado-membro a se pronunciar, logo após a fala dos representantes da ONU. O tensionamento com o governo Trump deve ser um dos focos de sua fala.

No total, sem contar a edição deste ano, Lula já abriu oito assembleias-gerais – as de 2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2023 e 2024. Em 2005 o pronunciamento foi feito em uma reunião que antecedeu a Assembleia Geral – e a abertura do evento foi feita por Celso Amorim, agora assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República. O único ano em que não participou foi em 2010, quando estava focado na campanha eleitoral de Dilma Rousseff – e Celso Amorim também fez a vez. 

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Brasil soberano

A política externa é pautada desde a primeira vez que Lula subiu no palanque da ONU. Em 2003, ele falou sobre sua busca em ampliar e diversificar a presença internacional do Brasil, estreitando laços com países para além da América do Norte e da Europa. Em 2004, frisou a importância da independência política dos países mais pobres, falando no fim do “colonialismo”. A questão sempre segue presente, mesmo que nas entrelinhas. Mas, neste ano, a soberania do Brasil deve ser o foco.

O tensionamento entre o Brasil e os Estados Unidos começou a escalar em julho, quando Trump ameaçou taxar em 50% as importações brasileiras em resposta à “caça às bruxas” que o Brasil estaria fazendo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula e as autoridades brasileiras encararam a situação como uma “chantagem inaceitável” e não cederam. Trump também não cedeu, e em agosto deu início à sanção – assim como diversas outras a autoridades brasileiras, como a aplicação da lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e a revogação de vistos.

E, em paralelo, os ritos se seguiram. Desde então, Jair Bolsonaro passou a estar sob prisão domiciliar após ser indiciado no processo que investiga ele e um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro (PL), por tentarem interferir no julgamento da trama golpista buscando apoio de autoridades norte-americanas. Já no caso da trama golpista, ele foi julgado pelo STF e condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

O governo Trump divulgou mais uma leva de sanções a autoridades brasileiras em resposta à situação de Bolsonaro nesta segunda-feira, 22, um dia antes do início da Assembleia Geral da ONU. O republicano não participará do evento. Também não há confirmação de que ele se encontrará com Lula, que está em Nova Iorque.

A tensão também se reflete no povo. No início do mês, as ruas foram tomadas no Sete de Setembro por bolsonaristas que clamaram por anistia ao ex-presidente, aliados e envolvidos nos atos de 8 de Janeiro -- assim como pediam pela intervenção de Trump, como exposto em diversos cartazes pelo ato. E agora, no último domingo, 21, manifestantes contra a anistia também lotaram as ruas pelo Brasil. Já no Congresso, o projeto de anistia segue em tramitação. E tudo isso evidenciou, ainda mais, o discurso de “Brasil Soberano” de Lula.

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Meio ambiente

A questão ambiental também é comumente citada por Lula e, neste ano, pode-se cravar que será um dos tópicos de destaque no discurso do presidente. Isso porque, em novembro, o Brasil sediará pela primeira vez a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP). O evento global será em Belém, na Amazônia, e colocará o País como centro do debate climático.

Em 2007, Lula abriu seu discurso falando de mudanças climáticas, alertando que “crescem os riscos de uma catástrofe ambiental e humana sem precedentes”. Em 2009 ele voltou a defender que os países deveriam se comprometer com regras mais expressivas de redução de emissões. De lá pra cá, a crise climática se agravou e os compromissos dos “países ricos” seguem sendo deixados a desejar.

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Luta contra a fome

Em discursos passados, pode-se dizer que um dos assuntos mais destacados por Lula é a luta do Brasil contra a fome, a pobreza e a desigualdade. Na primeira vez que falou na Assembleia Geral, em 2003, chegou a sugerir a criação de um Comitê Mundial de Combate à Fome. Em 2006, falou dos programas brasileiros Bolsa Família e o Fome Zero.

Já neste ano, o assunto deve ser retomado, evidenciando a importância do assunto e com um marco histórico a ser compartilhado: em julho deste ano, o Brasil saiu do Mapa da Fome. O Brasil havia ficado de fora do indicador em 2014, mas retornou em 2021 durante a pandemia da Covid-19.

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Fonte: Portal Terra
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