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Política

Senado aprova convite a Bebianno para explicar denúncias

A aprovação desse convite não significa, no entanto, que Bebianno precisará comparecer ao colegiado.

19 fev 2019 - 17h17
(atualizado às 17h31)
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A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado aprovou nesta terça-feira, 19, por seis votos a cinco, um requerimento para convidar o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno para prestar depoimento sobre as denúncias de uso de candidaturas "laranjas" para desvio de recursos eleitorais.

A votação do requerimento provocou debate acalorado entre os senadores contra e a favor. Cotado para ser líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) mostrou preocupação sobre como essa questão pode afetar a votação das reformas, como a da Previdência.

Bebianno (esq.) em 1º de janeiro, na posse de Bolsonaro (dir.)
Bebianno (esq.) em 1º de janeiro, na posse de Bolsonaro (dir.)
Foto: Governo de transição / BBC News Brasil

"Nós estamos querendo amplificar uma crise para tirar esse foco da reforma da Previdência. Eu não vejo onde a presença de um ex-ministro de Estado vai contribuir para as matérias que a gente quer que ganhe curso. Essa crise que já encerrou, página virada", disse ele.

Integrante da base do governo, a senadora Selma Arruda (PSL-MT), que ficou conhecida pela carreira como juíza federal, também se posicionou contra a aprovação do requerimento. "Estamos gastando tempo e dinheiro com assunto que não é da nossa competência", disse.

Autor do requerimento, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) ironizou a postura da base do governo, eleito com forte discurso anticorrupção do PT.

"Ver o governo Bolsonaro abafando a tentativa do Senado de investigar o caso Bebianno não tem preço: o Planalto mudou de inquilino, mas não de práticas. Transparência e combate à corrupção não são compromissos da base do governo no Congresso", escreveu Randolfe.

A aprovação desse convite não significa, no entanto, que Bebianno precisará comparecer ao colegiado. Ele pode se recusar a prestar esclarecimentos no Senado.

Integrantes da base do governo desconfiam, no entanto, que o ex-ministro aceite o convite e resolva falar à comissão.

Estadão
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