Adilson Barroso deve substituir Carla Zambelli na Câmara após cassação; saiba quem ele é
Parlamentar é o primeiro suplente e passou maior parte dessa legislatura como deputado, já que substituiu Guilherme Derrite
BRASÍLIA - O deputado federal Missionário Adilson Barroso (PL-SP) deverá substituir Carla Zambelli (PL-SP), que teve o mandato cassado pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 10, em decisão pelo plenário da Casa.
Barroso é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e migrou para o PL nas eleições de 2022. Nas redes, ele se define como "bolsonarista de direita, conservador, patriota, amigo de Bolsonaro, Michele Bolsonaro e Nikolas Ferreira".
Antes disso, o deputado foi presidente do Patriota e trabalhou, em 2018 e 2021, para trazer Bolsonaro para o partido.
A articulação, porém, fracassou após Barroso ser expulso da presidência da legenda. Ovasco Resende, que era contrário, assumiu a função e minou os planos.
Barroso já ocupava o cargo na Câmara em razão de ser o primeiro suplente do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado para exercer o comando da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Em 2022, Derrite disputou a eleição como candidato do PL.
Antes de 2022, a atuação política de Barroso ficou dentro do Estado de São Paulo. Ele foi vereador de Barrinha (SP) por dois mandatos, vice-prefeito do município entre 1997 e 2002.
Depois, foi eleito deputado estadual de São Paulo entre 2003 e 2007. Foi fundador do Partido Ecológico Nacional, em 2012, que acabou virando o Patriota.
Prazo vence na segunda
Barroso disse à reportagem que deve ser comunicado oficialmente ainda nesta tarde sobre a posse. Segundo ele, o prazo formal se encerra na próxima segunda-feira.
"O prazo vence na segunda-feira. A decisão já foi dada, e decisão tem que ser cumprida. Então, semana que vem a gente está lá para trabalhar", afirmou.
O deputado declarou ainda que já esperava que a cassação de Carla Zambelli ocorresse em algum momento, diante do contexto das condenações que envolvem a parlamentar, mas ressaltou que discorda dos processos que levaram à perda do mandato.
"Não concordo com o processo ligado ao hacker, com gente ligada à esquerda, daquele período da prisão do Lula. Não dá para confiar num processo conduzido dessa forma. Também no caso da arma: se fosse, por exemplo, o (André) Janones (Avante-MG), ele teria feito um acordo, como fez em outro episódio, e estaria livre. Quando é alguém da direita, acaba sendo condenado e cassado", disse.
Apesar das críticas, Barroso afirmou que decisões judiciais devem ser respeitadas. "Eu não concordo com nenhum desses processos, nem com as condenações. Mas decisão judicial se cumpre, se aceita", concluiu.