Quem é ex-assessora de Arthur Lira alvo de operação da PF?
Mariangela Fialek era chamada de "gerente" do orçamento secreto durante a gestão de Lira na Presidência da Câmara
Mariangela Fialek, ex-assessora de Arthur Lira, é alvo de mandado de busca e apreensão pela PF, investigada por suspeita de envolvimento em desvio de verbas parlamentares e ligação com o chamado "orçamento secreto".
Mariangela Fialek é alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira, 12, em Brasília (DF). Servidora da Câmara dos Deputados desde 2021, ela é investigada por participação em um suposto desvio de verbas parlamentares.
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Atualmente, Mariangela permanece vinculada à Câmara como liderança do Partido Progressistas (PP), com uma remuneração bruta de R$ 23.732,92. Ela passou a ser servidora da Casa Legislativa em 2021, quando ocupava o cargo de Assessora Especial do Gabinete da Presidência da Câmara, cargo então ocupado pelo deputado federal Arthur Lira (PP-AL).
Procurada, a assessoria de imprensa do deputado afirmou que os dois não possuem mais vínculo e, por isso, não irá comentar a operação.
Formada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e mestre em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP), Mariangela tem laços com a política desde 2002, segundo divulgado por ela em seu Linkedin, quando ocupou um cargo de coordenação no Ministério dos Esportes.
Depois, Mariangela teve vínculo com os mais diversos grupos políticos. Ela foi assessora jurídica da Casa Civil da Presidência da República, entre 2006 e 2007, segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seguida, trabalhou como assessora técnica no Senado Federal por oito anos.
De 2016 a 2018, também foi subchefe de assuntos parlamentares na Presidência da República, então ocupada por Michel Temer (MDB). Ainda na esfera política, Mariangela teve um cargo no Governo de São Paulo entre 2019 e 2020, na gestão João Dória (PSDB). Além disso, são listados pela servidora outros cargos que manteve em órgãos públicos durante sua carreira, como a Caixa e o BNDES.
Em 2022, uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo citou Mariangela como "gerente" do orçamento secreto. A prática refere-se ao repasse de emendas parlamentares sem transparência, que está sendo avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto assessora de Lira, Mariangela fazia os despachos das verbas em uma sala que ficou conhecida como "salinha do orçamento secreto".
A decisão do STF que levou a PF a cumprir o mandado de busca e apreensão contra Mariangela está em segredo de justiça.