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Polícia

Suspeito de estuprar e matar jovens em SP é preso no PR

Dono de carro utilizado pelo suspeito – e que não teve relação com o crime – quase foi linchado pela população

26 abr 2014 - 20h01
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<p>Manifestação passou pela avenida Guanabara, onde as meninas desapareceram, e percorreu as ruas do centro da cidade</p>
Manifestação passou pela avenida Guanabara, onde as meninas desapareceram, e percorreu as ruas do centro da cidade
Foto: Chico Siqueira / Especial para Terra

A Polícia Civil de Andradina, no interior de São Paulo, prendeu na tarde deste sábado um homem suspeito pela morte das adolescentes Yara Barbosa, 14 anos, e Jhenifer Naiara da Silva, 13 anos. As os corpos das garotas foram encontrados, sem calcinhas, no rio Tietê, em Pereira Barreto, a cerca de 50 kms de Andradina, onde elas moravam. O corpo de Yara foi resgatado no dia 14 e de Jhenifer, no dia seguinte. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), as duas meninas foram abusadas sexualmente e morreram por afogamento.

O suspeito foi preso numa cidade do interior do Paraná, cuja localização não foi divulgada pela polícia por questões de segurança.  “Ele será ouvido ainda neste sábado pelo delegado Tadeu Aparecido Coelho, que viajou ao Paraná para cumprir o mandado de prisão temporária deste suspeito”, disse Nadir Coelho, investigadora da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e também mulher do delegado Tadeu, que é titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Andradina.

A investigadora explicou que a polícia não divulgou o nome do suspeito e da cidade onde ele foi preso porque teme que a população, revoltada com a morte das duas meninas, possa tentar fazer justiça com as próprias mãos. Na sexta-feira, a polícia de Andradina foi acionada para impedir que centenas de pessoas tentassem linchar o dono de um EcoSport preto, usado pelo suspeito para levar as garotas ao rio Tietê. 

Foi pela identificação do carro que a polícia chegou ao suspeito pela morte das meninas. Por meio de câmeras instaladas em casas e no comércio, a polícia identificou o EcoSport que deu carona para as duas meninas, na noite de 12 de abril. O carro tinha sido vendido ao suspeito, que pagou o veículo com cheques sem fundos e o devolveu ao proprietário após a morte das meninas. Ao ver na imprensa as características do carro, moradores tentaram linchar o dono, achando que ele pudesse ser a pessoa que tinha dado carona às garotas. 

“Nesta sexta-feira, 25, o dono e os ocupantes do veículo deixaram o carro no meio da rua, com as portas abertas, e saíram correndo para se proteger na delegacia, porque uma multidão queria linchá-los. Por isso, que não estamos divulgando o nome do suspeito e nem a cidade onde ele foi preso”, disse Nadir. “E acho até que este suspeito não pode nem ser trazido para Andradina porque aqui dificilmente teremos condições de suportar uma multidão enfurecida”, afirmou. 

Segundo a investigadora, a população tem sentimento de que o crime foi brutal e pede por justiça, mas somente após o depoimento do suspeito preso neste sábado é que se poderá ter uma ideia do que realmente aconteceu com as garotas. “O que sabemos é que elas não foram mortas e jogadas no rio, porque o laudo confirmou água nos pulmões. Não sabemos se esse suspeito estava com outros, se ele afogou as meninas ou mesmo se as meninas se afogaram quando uma tentou salvar a outra”, disse. “Tudo começará a se esclarecer a partir de agora”, completou.

Passeata

Dezenas de pessoas, entre amigos e parentes das duas adolescentes, foram às ruas neste sábado numa passeata que teve início na avenida Guanabara, onde as meninas desapareceram, e percorreu as ruas do centro da cidade. Vestidos com camisetas com as fotos das vítimas, os manifestantes carregavam cartazes e faixas e gritavam frases pedindo justiça.  “Acho que deveria haver pena de morte para quem fez isso com minhas amigas”, disse uma adolescente que se identificou por Carolina Vieira.

Fonte: Especial para Terra
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