PUBLICIDADE

Polícia

SP: após 1º dia de júri, promotoria diz que defesa de pagodeiro 'está afundada'

11 set 2013 - 22h40
(atualizado às 22h40)
Compartilhar
Exibir comentários
Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010 no escritório do seu advogado
Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010 no escritório do seu advogado
Foto: André Lessa / Agência Estado

Após o primeiro dia do julgamento de Evandro Gomes Correia Filho, acusado de ter causado a morte da ex-mulher Andréia Cristina Bezerra Nóbrega e de tentativa de homicídio contra o filho Lucas Macedo Nóbrega Correia, 10 anos, em novembro de 2008, a promotoria acredita que os depoimentos da acusação e, principalmente, da própria defesa, “afundaram” ainda mais o réu.

Andreia morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura no maxilar, após cair sobre a marquise da edificação. 

Apenas no primeiro dia foram ouvidas 11 testemunhas. A acusação arrolou as três irmãs de Andréia, para mostrar que Evandro ameaçava a ex-mulher com frequência, uma psiquiatra infantil, para provar a validade e importância do depoimento de Lucas, a pediatra do garoto na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, e o dono de um estacionamento próximo ao apartamento de Andréia em Guarulhos, que afirmou ter sido ameaçado por Evandro, além de Lucas, que foi o primeiro a depor nesta quarta-feira.

Já a defesa ouviu apenas quatro testemunhas, a maioria para tentar provar que Andreia tinha muito ciúme de Evandro e que também ameaçava suas ex-namoradas. Além disso, um policial militar conhecido de Evandro também prestou depoimento. A estratégia da defesa com essa testemunha foi mostrar que Evandro se preocupou com o fato da data do crime ao ligar para esse conhecido e pedir ajuda.

“Foi extremamente positivo o dia de hoje. Não só as testemunhas de acusação, mas também as poucas testemunhas de defesa já ouvidas hoje, sinceramente, afundaram ainda mais a situação do Evandro, na nossa avaliação. Nossas testemunhas foram muito coerentes, o depoimento do Lucas também ratificou o que ele já havia dito”, disse o promotor Rodrigo Merli.

O promotor afirmou ainda que o mais importante do dia foi o depoimento de Lucas. Para ele, as palavras do garoto mostram que a mãe Andréia foi uma heroína e não uma suicida, como a defesa tenta argumentar.

“É só ligar uma coisa na outra. Não dava para ela sair pela porta do apartamento e saiu pela janela. A Andréia não é suicida, é uma heroína. Ela doa a vida dela para salvar o filho, bem contrário do que o Evandro fez. É o que vimos pelas imagens. O próprio Lucas fala que a mãe dele fez isso para salvá-lo”, disse o promotor.

O advogado de defesa Ademar Gomes acha que a situação de Evandro é reversível e acredita que a presença do pagodeiro para o interrogatório ajudará ainda mais sua tese. “Sabemos que é uma defesa difícil, envolve uma denúncia de homicídio, mas que entendo que não há homicídio, e sim suicídio. Ela se jogou lá de cima, então estamos trabalhando para mostrar aos jurados que não houve homicídio. Acredito que iremos reverter o quadro porque, com a presença de Evandro, as coisas vão balançar”, disse o advogado.

Para ele, as testemunhas de defesa que depuseram neste primeiro dia foram muito bem. “Foram ouvidas só quatro testemunhas de defesa. E a acusação sempre choca um pouco a defesa, porque deu a entender que todos estavam direcionados para o trabalho de condenação. Não posso reclamar das testemunhas, que foram taxativas em dizer sobre a Andréia, dizendo que ela era desequilibrada, ameaçava as pessoas e tinha muito ciúmes do Evandro”, disse.

Nesta quinta-feira, às 10h, terá início o segundo dia de julgamento e estão previstos outros seis depoimentos, todos por parte da defesa, além do interrogatório de Evandro.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade