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Polícia

RJ abre nova UPP e fecha plano de ocupação para a Copa do Mundo 2014

29 abr 2013 - 14h28
(atualizado às 14h28)
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Com a ocupação de mais três comunidades nos bairros de Laranjeiras e Cosme Velho, o governo do Rio considera que o corredor de favelas entre a zona sul e a Tijuca está sob controle das forças policiais. Na manhã desta segunda-feira, policiais civis e militares tomaram as comunidades do Cerro-Corá, Guararapes e Vila Cândida. Com isso, fica restando apenas a ocupação do morro Santo Amaro, no Catete. Essa comunidade, no entanto, está patrulhada por homens da Força Nacional de Segurança. A outra favela da zona sul que não tem UPP é a Tavares Bastos, também no Catete, onde fica a sede do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope).

É justamente o cinturão zona sul-Tijuca o de maior circulação para a Copa do Mundo de 2014. O estádio do Maracanã fica na área da grande Tijuca, e a zona sul abriga a maior parte da rede hoteleira da cidade.

"Não há, no momento, nenhuma comunidade entre a zona sul e a Tijuca que ainda esteja no nosso planejamento. São 33 comunidades pacificadas, e nosso plano seguirá adiante", afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, sem informar onde será instalada a próxima UPP. A Secretaria de Segurança Pública vem planejando a ocupação do Complexo da Maré, na zona Norte, mas o secretário não deu detalhes a respeito da data em que essas comunidades serão ocupadas.

As três comunidades ocupadas na manhã desta segunda-feira são consideradas de baixa periculosidade pela secretaria. Não há presença ostensiva de traficantes armados, e essas regiões são consideradas pontos de desafogo para bandidos que cometem roubos em áreas próximas. A área, no entanto, é estratégica, pois fica nas proximidades do Cristo Redentor e tem grande circulação de turistas.

Beltrame afirmou que a ocupação dessas três favelas já estava prevista anteriormente. Segundo o secretário, elas seriam tomadas pelas forças policiais em 2009, quando o Complexo de São Carlos - que começa na Tijuca e faz fronteira com esses morros - foi ocupado. José Mariano Beltrame explicou que havia a possibilidade de que essas comunidades fossem removidas dentro de um plano de desocupação em função do risco de deslizamentos pela ocorrência de chuvas.

"Havia em estudo que essas áreas poderiam ser removidas em função das chuvas. Não iria empregar policiais se aquela área fosse removida. Continuamos no rumo que estava planejado, e esse pedaço ficou para trás. Como não houve remoção, não queremos avançar deixando esses locais para trás", disse ele.

Havia também o receio de que, com a presença de bandidos nessas três favelas, pudesse ocorrer uma contaminação para áreas já ocupadas, já que esses locais estão ligados ao Complexo de São Carlos e ao morro Santa Marta, em Botafogo. "Há proximidade com o São Carlos e o Santa Marta. Em se tratando de presença de facção, o conceito tem que ser esse. Não é um lugar isolado. Está no meio de uma série de outras unidades de polícia pacificadora. É questão de homogeneizar o tratamento", afirmou Beltrame.

Uma nova UPP será instalada nessas comunidades dentro de 30 a 45 dias. Calcula-se que serão necessários em torno de 150 policiais para patrulhar a área. Até o início da tarde, a operação de ocupação apreendeu três tabletes de maconha, três rádios transmissores e dezenas de munições de diferentes calibres. Não foi encontrado nenhum armamento pesado.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, negou que a ocupação dessas três comunidades esteja relacionada com a visita do papa Francisco, prevista para julho. Segundo ele, a UPP vai evitar que esses locais sejam pontos de abrigo a quem cometa delitos em áreas próximas. "Havia ali um poder paralelo com um nível de tensão menor do que em outras comunidades. Mas ali era um refúgio de quem cometia ilícitos. A avaliação da ocupação, até aqui, é muito positiva", disse Cabral.

Fonte: Terra
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