Maníaco do Parque arrancou todos os dentes na cadeia, diz delegado
Jorge Lordello levanta hipótese de que retirada de dentes visa convencer a Justiça brasileira que o assassino não é mais perigoso
O apresentador Jorge Lordello, conhecido pelo programa Operação de Risco e por sua trajetória como delegado e diretor de presídio, relembrou momentos marcantes da carreira em entrevista ao The Noite, exibida na última segunda-feira, 18. Entre os relatos, revelou detalhes sobre Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, condenado por uma série de assassinatos cometidos no fim da década de 1990.
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Segundo Lordello, Pereira apresentava dificuldades físicas que influenciavam seus crimes. "Ele tinha uma coisa chamada fimose secundária. A fimose secundária é quando, através de algum trauma no pênis, a pele se estica. E ele tinha uma enorme dificuldade e dor ao penetrar. Então, ele não conseguia", relatou.
O delegado contou ainda que, conforme depoimento dado à polícia, o assassino encontrava prazer em morder suas vítimas. "Ele não queria ter relação sexual. O prazer dele era morder a vítima morta", afirmou. Lordello acrescentou que Francisco chegava a comer a carne das mulheres assassinadas.
Diante do modus operandi, o apresentador revelou uma atitude extrema do criminoso dentro da prisão. "Ele arrancou todos os dentes da boca sozinho. Hoje, ele é homem desdentado".
Na avaliação de Lordello como criminólogo, a mutilação estaria ligada à forma como os crimes eram cometidos. “A minha conclusão como criminólogo é que ele arranca os dentes porque era com a boca e os dentes que vinha essa vontade de praticar o feminicídio e morder as moças. Ele se capou”, disse.
Francisco de Assis Pereira cumpre pena na Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo. Condenado a 280 anos de prisão pelo estupro e assassinato de nove mulheres, ele poderá ser colocado em liberdade em 2028, quando completará 30 anos de cárcere -- prazo máximo de cumprimento previsto pela legislação em vigor na época da sentença, em 1998.