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Polícia

Lutador que matou hóspede entra em contradição em depoimento

Rafael Martinelli Queiroz afirmou, em depoimento, que não se lembrava dos acontecimentos da noite em que a vítima foi espancada, mas disse estar arrependido de ter cometido o crime

22 abr 2015 - 19h37
(atualizado às 19h41)
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<p>Lutador de jiu-jitsu, Rafael Martinelli Queiroz espancou o engenheiro elétrico Paulo césar de Oliveira em um hotel de Campo Grande (MS), em 18 de abril</p>
Lutador de jiu-jitsu, Rafael Martinelli Queiroz espancou o engenheiro elétrico Paulo césar de Oliveira em um hotel de Campo Grande (MS), em 18 de abril
Foto: Reprodução

O lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, que espancou até a morte o engenheiro elétrico Paulo César de Oliveira, 49, em um hotel de Campo Grande (MS), no último sábado, caiu em contradição e reforçou a versão da polícia sobre o crime, em depoimento prestado nesta quarta-feira, na 1ª Delegacia de Polícia Civil da capital do Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado Tiago Macedo dos Santos, que atendeu a ocorrência e acompanhou o depoimento, Rafael aparentava calma, afirmou que não se lembrava dos acontecimentos da noite de sábado, mas disse estar arrependido de ter cometido o crime. “Ele caiu em contradição, disse que não se lembrava, mas depois admitiu que agrediu o hóspede com uma cadeirada em legítima defesa”, contou o delegado.

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No depoimento, Queiroz também reforçou a versão da polícia de que ele teria discutido e agredido a namorada, Carla Dias, por ela estar grávida e com a possibilidade de o filho não ser dele. Carla foi agredida por Rafael, por isso, foi submetida a exames de corpo delito por lesões sofridas na boca e na região lombar. “Ele bateu na namorada”, afirmou o delegado. Segundo Santos, no sábado, momentos antes do crime, Rafael encontrou com um amigo, também lutador de jiu-jitsu, e contou a ele que estava revoltado com a gravidez da namorada e com a possibilidade de o filho não ser dele.

Segundo o delegado Miguel Said, titular da 1ª Delegacia de Polícia, Rafael disse não se recordar se havia ingerido bebida alcoólica antes dos acontecimentos. “Ainda não sabemos se ele sofreu um surto psicótico ou tomava medicamentos”, disse Said aos jornalistas. Segundo ele, o rapaz não demonstrou nervosismo durante o depoimento.

A defesa de Rafael argumenta que o rapaz estaria sob efeitos de medicamentos de uso controlado que ele toma contra a depressão e para emagrecer. “Se ele fez uso de medicamentos ou drogas, e entrou em surto, isso não o exime da responsabilidade pelo crime”, comentou o delegado. A defesa pretendia submeter o rapaz a um exame com psiquiatra nesta quarta-feira, o que foi negado pela Polícia Civil. “Se os advogados pretendem submeter Rafael a exames, terão de pedir autorização à Justiça porque isso não está no âmbito da polícia”, afirmou o delegado.

Santos afirmou que a polícia não acredita na incapacidade mental do lutador. “Ele disse que estava se defendendo, de um homem de 50 anos, 1,70 m de altura. Logo ele, com 140 quilos, lutador e faixa preta de jiu-jitsu, com dois metros de altura? É uma contradição”, questiona. De acordo com o delegado “as provas coletadas mostram que Rafael matou a vítima, que não o conhecia, de forma gratuita, não permitindo qualquer chance de defesa”. Por isso, o lutador foi enquadrado em homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil, e teve a prisão em flagrante transformada em prisão preventiva.

Para o delegado, o lutador pode ter imaginado que a namorada estivesse escondida no apartamento do engenheiro. Rafael brigou com a namorada, que fugiu pelos corredores do hotel. Ao sair atrás da moça, o rapaz destruiu as instalações do hotel e arrombou diversas portas de apartamentos. “O único apartamento que havia alguém era o do engenheiro. Pode ser que ele tenha imaginado que a moça estivesse escondida lá dentro”, contou o delegado.

A reportagem tentou falar com os advogados de defesa, mas eles não foram localizados para comentar o assunto.

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Fonte: Especial para Terra
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