Homem acusado de ameaçar youtuber Felca é preso em Pernambuco
Criador de conteúdo começou a receber ameaças após publicar vídeo sobre adultização de menores de idade
Homem acusado de ameaçar o youtuber Felca foi preso em Olinda, Pernambuco, em operação que investigava crimes de ameaça, perseguição e invasão digital após a divulgação de um vídeo denunciando a “adultização” de menores.
Um homem acusado de fazer ameaças contra o youtuber e influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, foi preso na manhã desta segunda-feira, 25, em Olinda, Pernambuco. Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 21 anos, foi preso por ameaçar o youtuber e por vender material infantil na internet.
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A prisão foi feita por agentes da Polícia Civil de São Paulo, por meio do Núcleo de Observação e Análise Digital (NOAD), da 3ª Delegacia de Crimes Cibernéticos (DCCiber), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), com apoio da Polícia Civil de Pernambuco.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, foram cumpridos mandados de busca, apreensão e prisão temporária em investigação que apura crimes de ameaça, perseguição e associação criminosa praticados em ambiente virtual.
As diligências foram realizadas em dois endereços em Olinda. Em uma das casas, Cayo foi localizado e preso. No momento da abordagem, ele estava acompanhado de outro indivíduo, identificado como Paulo Vinícius, que também foi conduzido à delegacia por estar em situação de flagrante delito, conforme previsto no artigo 154-A do Código Penal (invasão de dispositivo informático).
Durante a ação, os policiais encontraram o computador do alvo em uso e aberto na tela de acesso à plataforma de Segurança Pública do Estado de Pernambuco. As investigações continuam para a adoção das medidas legais cabíveis.
Ameaças
Felca havia solicitado à Google Brasil a quebra de sigilo de dados de um e-mail, do suspeito que vinha fazendo ameaças contra ele. O youtuber alegou ter recebido ameaças de morte e falsas acusações de pedofilia após publicar o vídeo sobre “adultização”, que viralizou nas redes sociais com denúncias sobre conteúdos envolvendo menores de idade e exploração infantil.
O Tribunal de Justiça de São Paulo acolheu o pedido e ordenou que o Google fornecesse, em 24 horas, as informações do usuário responsável e-mail com ameças.
Segundo informações do Estadão, os e-mails têm os seguintes dizeres: "e ae babaca vc acha que vai fica vc impune por denunciar o hytalo santos vc ta enganado vc vai se ferrar muito sua vida após a denunciando ele prepara pra morrer vc vai pagar com a sua vida" e "ae macaco branco vc vai morrer se prepara por sua vida vc corre risco e vc vai pagar com a vida vc e um otário pedófilo". As ameaças vieram depois de o youtuber denunciar a 'adultização' de crianças e adolescentes nas redes sociais.
Em entrevista ao podcast PodDelas, Felca contou que passou a andar com seguranças e em carro blindado em São Paulo, onde mora, para se proteger das ameças que vem recebendo após a repercussão de seu vídeo.
Felca e a 'adultização'
O youtuber ganhou notoriedade por se posicionar contra o envolvimento de influenciadores em apostas esportivas, as bets, além de criticar a divulgação dessas plataformas.
Em seu vídeo mais recente, intitulado “adultização”, Felca denunciou o influenciador Hytalo Santos, entre outros, por promoverem a sexualização de menores de idade na internet, e a divulgação de pornografia infantil através dos comentários desses conteúdos.
Felca tem expressiva presença nas redes sociais, contando atualmente com 17,7 milhões de seguidores no Instagram, 8,45 milhões no YouTube e 870 mil na rede X (ex-Twitter).
Após a publicação do vídeo, o assunto também entrou em discussão entre parlamentares e autoridades, que, pressionados a reagir diante de um tema tão importante, passaram a tratar com urgência uma proposta de regulamentação das redes sociais que estava parada no Congresso.
O projeto de lei chamado de "ECA Digital"- referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente - foi aprovado na noite na quarta-feira, 20, na Câmara dos deputados.
*Com informações do Estadão.
